-feira, 23 de Agosto de 2007
FARC: 25 militares mortos no Sul da Colômbia
Marcadores: conflito armado
“O dia 10 de agosto às 15:50, unidades do Bloco Sul das FARC-EP, ativaram uma mina de 150 metros em uma patrulha do exército, nas veredas San José, La Sardina e Ranchería, jurisdição do município de Orito” informa o estado Maior da Frente 48.
Marulanda Vélez e Joaquín Gómez
[ANNCOL]
Segundo um comunicado da Frente 48 das FARC, mais de duas dezenas de militares morreram ao pisarem em um campo minado ao sul da Colômbia.
“O dia 10 de agosto às 15:50, unidades do Bloco Sul das FARC-EP, ativaram uma mina de 150 metros em uma patrulha do exército, nas veredas San José, La Sardina e Ranchería, jurisdição do município de Orito” informa o estado Maior da Frente 48.
“25 militares são os mortos e se desconhece o número de feridos por enquanto” disse o oficial dessa unidade militar das FARC. Estas cifras de baixas nas forças oficiais diferem com os constantes “falsos positivos” do ministro de Defesa Juan Manuel Santos.
Regularmente seus generais sob seu comando disfarçam camponeses e sindicalistas com uniformes camuflados para apresentá-los à grande imprensa nacional e estrangeira como ‘guerrilheiros caídos em combate’. Com esta modalidade o governo uribista conseguiu, ao menos, transitoriamente receber e justificar mais ajuda estadunidense e enganar alguns governos europeus de que estão ganhando a guerra.
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Segunda-feira, 20 de Agosto de 2007
Márquez: devemos frear as incoerências do mandatário ilegítimo
Marcadores: conflito armado
Inundado em sua própria irritação o Presidente anunciou, em franco desafio à valoração da Corte, que seu governo radicará no Congresso um projeto de lei para dar ao paramilitarismo, passando por cima do que for preciso, a conotação de delito político. Está jogando tudo para burlar o direito das vítimas e da sociedade a que se faça justiça. Entende-se que está desesperado para dar cumprimento ao misterioso Pacto de Ralito, que o compromete com as exigências de impunidade absoluta de seus sócios narco-paramilitares.
[Enredado em suas próprias esporas/Ivan Márquez]
A recente providência da Corte Suprema de Justiça que estabelece claramente que paramilitarismo não é sedição provocou a mais delirante sublevação do Presidente Álvaro Uribe diante de uma sentença, que segundo as próprias convenções do Estado, devia acatar com serenidade.
Fora do sério, o Presidente acredita que tal sentença contém um "viés ideológico", pelo fato de que se interpõe em sua determinação de deixar para sempre na impunidade os crimes de lesa humanidade do paramilitarismo na Colômbia. A Corte o advertiu que o Estado não pode cair num funesto erro de confundir a delinqüência comum com a política e tem reiterado que formação de quadrilha não é sedição.
Inundado em sua irritação o Presidente anunciou , em aberto desafio à valorização da Corte, que seu governo radicará no Congresso um projeto de lei para dar ao paramilitarismo, passando por cima do que for preciso, a conotação de delito político. Está jogando tudo para burlar o direito das vítimas e da sociedade a que se faça justiça. Está desesperado por dar cumprimento ao misterioso Pacto de Ralito, que o compromete com as exigências de impunidade absoluta de seus sócios narco-paramilitares.
A qualificação do delito político não está sujeita aos vaivens emocionais ou aos sentimentos de um Presidente. Seus limites já estão demarcados pelo direito universal. Uribe deve estar criando uma espécie de demiurgo jurídico com a potestade de desconhecer o caráter político da luta dos verdadeiros rebeldes e sediciosos, para outorgar-lhes sob torcidos critérios, a delinqüência comum que é o paramilitarismo de Estado. As coisas devem ser chamadas por seu nome. O que fez o paramilitarismo foi escorar o governo. E que se saiba, os massacres da população desarmada e indefesa, o esquartejamento de pessoas com motosserra, o deslocamento forçado, o despejo de terras, o narcotráfico, a lavagem de ativos... não contém motivações altruístas. No fundo existe um propósito de auto-expiação e de exoneração do Estado criador desse monstro que banhou a pátria de luto e desolação.
Impedir que Uribe desconheça impunemente a realidade não deve ser preocupação exclusiva da Corte Suprema de Justiça senão de toda a sociedade. E neste sentido, como ressoa o silêncio da Corte Constitucional diante do fogo artilheiro do executivo contra a autonomia e a independência do poder judicial e contra as doutrinas universais do direito.
O país não pode deixar-se contagiar pela insânia uribista que nega o delito político no caso da guerrilha, apenas para dar sustento às teses descabeladas da inexistência do conflito armado na Colômbia. Diante de mais de 4 décadas de persistente e organizada luta, de avanços de estratégia insurgente, de diálogos de paz com os governos e de propostas políticas como a União Patriótica e o Movimento Bolivariano, não se pode enterrar a cabeça na areia. É melhor guiar-se pela realidade, tal como o faz a Corte, ao ratificar no marco do alegado frenético de Uribe, que na Colômbia sim, existe um conflito armado interno.
Devemos frear as incoerências do mandatário ilegítimo que ontem decretou a morte do delito político e hoje pretende revivê-lo num projeto de lei, apenas para favorecer seus preferidos paramilitares. Realmente Uribe está enredado em suas próprias esporas.
Visando a paz, a justiça social, a verdadeira democracia e a soberania, estamos diante de um desajuste institucional que reclama uma reengenharia total. Devemos começar dando às coisas sua própria denominação. É necessário resgatar a concepção do delito político, desvirtuada pelas oligarquias reacionárias que resolveram, por sua própria conta, arrancar à rebelião os delitos conexos, tornando-a empreendimento próprio de querubins recém-nascidos porquê ela conduz ao delito de opinião, ao constrangimento da consciência, ao tempo que obstrui qualquer intenção de solução política ou diplomática do conflito. Sim no poder há uma maquinaria violenta que impõe com exércitos e com armas a opressão de algumas minorias privilegiadas, o povo tem direito ao levante, à reposta com as armas. No dogma filosófico da insurreição o Libertador Simón Bolívar, pai da Pátria nos ensina que "no delírio do despotismo, no excesso da opressão, na ausência ou durante o sonha das leis..., o homem virtuoso se levanta contra a autoridade opressora e insuportável para substituí-la ... por outra respeitada e amável".
A Colômbia está chegando ao momento de pensar num grande pacto social pela paz, num grande acordo nacional em que participem todas as organizações políticas e sociais incluída a guerrilha – que luta pelas mudanças estruturais e por um novo governo-, de tal maneira que entre todos assentemos as bases e a rota da Novas Colômbia soberana, independente, justa, pacífica e humanitária como queria o libertador e também nós a queremos.
Montanhas da Colômbia, 7 de agosto de 2007
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Quinta-feira, 16 de Agosto de 2007
FARC saúdam ao professor Moncayo em sua barraca na Plaza de Bolívar
Marcadores: conflito armado
[Bogotá]
Desde as montanhas, nossa saudação respeitosa e o sentimento de admiração por sua recente proeza.
Sentimos como, à medida que avançava sua marcha, avançava também na consciência dos colombianos a necessidade e a urgência do intercâmbio humanitário.
Ainda que prevíamos a resposta do Presidente, nunca pensamos que fosse ser tão zahiriente com seu esforço, com seu amor de pai e com essas manifestações de solidariedade desatadas à sua passagem pelos povoados e em sua entrada a Bogotá.
É incrível que Uribe se negue a desmilitarizar temporariamente um território para que as partes acordem o intercâmbio humanitário interpondo considerações que, ao final, não têm sentido, porque em nada piorará a marcha das instituições. Nem sequer quis escutar os argumentos do ex-presidente López Michelsen, que terminou seus dias empunhando essa nobre causa.
Ao observar o sucedido nas escadarias do Congresso, muitos compatriotas devem estar pensando que a batalha pelo intercâmbio necessita povo, muito povo; que se lote permanentemente a Plaza de Bolívar reclamando desmilitarização para o intercâmbio, solução política do conflito, fim à Segurança Democrática, que é guerra e repressão contra o povo, que haja inversão social, como o pediam os manifestantes no improvisado evento.
Professor: os três meses indicados pelo Presidente Uribe só alcançariam para os primeiros intercâmbios de opiniões entre as partes contendoras, porque uma confrontação de 43 anos pela superação dos problemas políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais e de soberania do país só se poderia resolver se o governo derrota à insurgência ou a guerrilha ao governo. O delineamento do Presidente contém demagogia eleitoral.
Porém, retornando à troca, uma reflexão final: o que, sim, é grave e desconcertante para a institucionalidade é essa espécie de arruaça uribista contra a Corte Suprema de Justiça em defesa da impunidade de seus sócios narco-paramilitares, não a desmilitarização de tropas de Pradera e Florida, por uns poucos dias e por razões de humanidade, para facilitar o acordo.
Compatriotas,
Secretariado do Estado-Maior Central das FARC
Montanhas de Colômbia, 8 de agosto de 2007
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Quarta-feira, 15 de Agosto de 2007
Bem-vindos à cena paramilitar da "Democracia" mais antiga do continente
Marcadores: conflito armado
[Johnson Bastidas]
Todos chegaram pontuais à antepenúltima cena, o bochorno de RALITO nos impediu ver suas melhores marcas e etiquetas. Nesse dia chegaram rapidinhos trajando roupas para terra quente, a re-fundar a Pátria. Em sua ordem, um a um tomaram a palavra, Mancuso leu a ata de compromisso, o silêncio foi sepulcral até que um ruído estomacal se escutou entre as respirações entrecortadas dos comensais, logo um odor nauseabundo invadiu o ambiente. Todos se olharam buscando o culpável, "Eu não fui", disse don Berna, gritando – seu grito se escutou em todas as comunas de Medellín – ameaçou, inclusive, com parar o transporte público se insistiam sobre sua culpabilidade. O homem da ternura interveio no assunto, não sem antes ameaçar que o culpável perderia os benefícios da lei de justiça e paz, pois todos – com exceção de Uribe – teriam que fazer frente ao irrefutável Polígrafo.
Todos se dispuseram a firmar a ata, porém, como sempre nos atos fundamentais, faltou um pequeno detalhe: ninguém tinha caneta. José Obdulio, o assessor-estrela do presidente, argumentou que a ausência havia sido adrede para assinar com pena de pavão, criado para tal efeito no Uberrimo, a fazenda do presidente. Todos deixaram constância histórica de pretender fundar uma pátria à revelia de todos os colombianos. De Ralito saiu o slogan claro de ter em Álvaro Uribe Vélez ao primeiro presidente narcoparamilitar da Colômbia. Começou a orgia – porém, não como aquelas que dá conta a história de Sodoma e Gomorra –, não, começou a orgia da motosserra. E esta foi esculpida no escudo Pátrio substituindo o condor.
"O Estado sou eu", parece ser o lema do presidente de turno, chegou à presidência com um discurso de Messias, emancipador do bem e do mal, medicamento para todos os males, incluídos aqueles ainda não diagnosticados nem conhecidos pela ciência médica. É a versão elitista da "Chuchuguaza", medicamento amazônico que cura desde o mal-de-amores, passando pelo mal de olho e outros males do corpo e do espírito. E como vai, terminará sendo um presidentezinho de meia-tigela, com ares de ditadorzinho e com uma vaidade de Carlos Magno tropical em desgraça. Como um personagem de literatura, lhe perguntará em seus últimos dias ao coroinha de turno, Obdulio que horas são? E José Obdulio, afundado na letargia da Magna presença do ditadorzinho no ocaso, lhe respondera: as horas que você queira, Uribito.
Este governo, que hoje vivemos nesta pátria bananeira, passará à história como um fato verídico onde todos tivemos, isso sim, velas no enterro, uns por covardes, outros por corruptos, e muitos outros por pusilânimes. Nós temos suportado de tudo, neste país de cronistas, poetas, e paramilitares. Para ser sensatos frente a nossa própria história, nunca antes havíamos estado pior. Governos que inventaram janelas sinistras, para lavar a Bonança da maconha , e que, aproveitando os bons preços do café, dizem que fizeram "mandato claro" deram origem aos funestos financiamentos das campanhas políticas por poderosos que começaram a mandar mais que sargento boyacense. E nos grafites, que nunca mentem, se podia ler, nessa época, na costa atlântica, "o frango López pondo ovos de ouro".
Governos medíocres, parece uma piada no país do realismo mágico, por exemplo, tivemos presidente "preso político", quando a guerrilha tomou a embaixada da República Dominicana, para chamar a atenção sobre os prisioneiros políticos, o primeiro surpreendido era, segundo diz a história oficial, o inventor do Estatuto de Segurança, morreu com mais desgosto que glória, depois de seduzir a esposa do diretor do Sena e casar-se com ela em segundas núpcias, com intervenção papal incluída. Esta pérola, de voz fanhosa, nos fez ficar como terceiro-mundista em Veneza, quando, ao chegar pela primeira vez à bela cidade das gôndolas, impressionado de ver as casas com a água no pescoço, se apressou como primeiro cidadão da República a improvisar um discurso de solidariedade internacional em nome do povo colombiano, e contam que disse, depois de verificar sua gravata borboleta: "danificados de Veneza, recebam a solidariedade do povo colombiano". O prefeito de Veneza se apressou a explicar ao ilustre convidado tropical o sistema de canais, com a desafortunada coincidência que o evento era coberto por dois jornalistas de Caracol e um de RCN, os quais enviaram o cabograma através das agências internacionais a todo o mundo.
Este país dá para tudo, tivemos "filho de arrieiro" como presidente, dizem que era o mais culto entre os cultos, nada que ver com o homem da gravata borboleta, porém, a cultura tem desvantagem frente às botas militares e estes puxaram-lhe a cadeira presidencial durante algumas horas enquanto massacravam a todos os que se encontravam no Palácio de Justiça. Os militares impediram a entrada do diretor da Cruz Vermelha Nacional, que, com mensagem em mão, se dispunha a abrir espaço de diálogo que nos houvesse evitado esta tragédia nacional. Porém, não, pôde mais o militarismo e se impôs a saída sangrenta. Os familiares dos desaparecidos seguem exigindo justiça ao homem que passou à história como o primeiro presidente filho de arrieiro. Este período começou com o "Se se pode" e terminou com a frase lapidar do Coronel Plazas "aqui salvando a democracia" a ponta de bazucas e tanques cascavel.
Também tivemos um míope, com estrabismo e, por essas coisas da idade, presbítero, senão como explicamos que não viu quando se lhe entrou um elefante à campanha. Financiou-se com os dinheiros produto do narcotráfico – leia-se, Cartel de Cali –. Condenado o contador da campanha, condenado o diretor da mesma, ninguém se explica como se exonerou o presidente, pois se, senhores, explicação se houve, cada parlamentar recebeu 200 milhões de pesos para votar pela absolvição. A inocência tem preço neste país do sagrado coração e um presidente pode comprá-la. Na crítica constante aos regimes, esquecemos que, durante este quatriênio, se implementaram as Convivir (Decreto 356/1994), e que o governador de Antioquia, nessa época ilustre contra-insurgente, anos mais tarde inquilino da Casa de Nariño, implementou com luxo de detalhes a experiência paramilitar em Segovia, Remedios e outras "Áreas Especiais de Ordem Pública". (Decreto 0717/1996)
Depois, chegou a hora das loucas, foi o quatriênio delas no poder, chegaram às máximas instâncias dos poderes nacionais, regionais e locais. A história recordará para as gerações futuras que a louca mais insigne no poder foi investida num cemitério, porém, não numa segunda-feira – como elas costumam ir – para pagar promessas, levar flores ou fazer penitências, não. Foi no enterro de Galán onde ela tomou a "testemunha". E foi a louca que a história relatará como a que mais longe chegou, chegou a Washington a presidir o aparelho mais pró-ianque que temos em A, a OEA. A história relata que, encontrando-se na casa de presidentes de Cartagena, cruzou num elevador com um Marinheiro da armada nacional, um mulato corpulento que fez saltar seus sentimentos profundos, lhe mirou aos olhos cor de mel e este, um pouco aturdido pelo assédio do mirão, não atinou a dizer nem um mu, justo no instante em que a louca lhe fez uma pergunta econômica, de rigor para um privatizador neoliberal como ele, ou melhor, para entrar na matéria. "Quanto ganha você como Marinheiro", perguntou ao mulato de dois metros, que já começava a suar ante a mirada fixa do incontido. "120 mil pesos ao mês", respondeu o marinheiro, conservando uma discrição. Como pode ser tão pouco com esses olhos, disse a louca, enquanto escapava pela porta do elevador.
Hoje dia, o homem que prometeu em seis meses destruir a guerrilha e capturar os integrantes do secretariado das FARC-EP, leva seis anos governando sem uma captura importante, diferentes das que se realizaram seqüestrando em Caracas ao chamado Chanceler das FARC-EP, e no Equador com a captura irregular de Simón Trinidad. A segurança democrática tem feito do presidente um reincidente no mal de vertigem, os famosos positivos que têm anunciado os militares, resultaram mortes seletivas e auto-atentados, a eficácia do exército colombiano se mostrou mais contra as próprias tropas oficiais, ao assassinar por encomenda o corpo de elite da polícia anti-narcóticos. O demais o sabe de memória o país e não vale a pena recordá-lo. Este presidente com ares de Fujimori não respeita decisões diferentes a seus critérios nefastos. Tudo parece obedecer aos acordos secretos em Ralito que faz desconhecer os ditames da Corte. Os compromissos do presidente com os paramilitares lhe pesam ao mandatário, esses acordos se converteram numa Espada de Dâmocles.
Uribito passará à história como o homem que esconde todos os seus males, gritando e lançando suas preces à família, tradição e propriedade. "É um homem complexado", diz uma psicanalista consultada por ANNCOL, atrás dessa aparência de homem forte, de patrão de granja, se escondem muitos males, não somente o tédio, impossível de acalmar com as gotinhas homeopáticas. É um complexado com sua estatura, com sua incapacidade para dançar, e não se sabe se nas artes da cama, pois, com essa cara de amargurada de Lina de tudo pode suspeitar-se. No que não se equivocarão, certamente, os historiadores, é que este homenzinho é o pior de todos os espécimes que nos governaram, e, para completar, tem pretensões de vice-rei, por isso se rodeia de aduladores e bobos-da-corte que lhe dizem ao ouvido o que seu ego necessita para sobreviver à epidemia do Beribéri.
A história nos recordará, mais tarde, que o presidente que prometeu não desmilitarizar um centímetro do território nacional permitiu Ralito. Que prometeu acabar com o delito, porém que, ao final, se casou com ele, dando-lhe status de política de Estado ao Paramilitarismo. Passará à história como aquele que subsidiou aos ricos, ante a queda do dólar, e que socializou a pobreza levando-a aos últimos rincões do país. Que prometeu a segurança democrática, a segurança se traduziu em reciclagem paramilitar, e do democrático nada, porque nunca soubemos que se pactuou em Ralito, e nem sequer foi capaz de respeitar a Corte Suprema. Passará à história, por encontrar-lhe ao "concerto para delinqüir" motivações políticas, semelhantes à rebelião contra um estado autoritário. Tudo isso para premiar aos homens que fizeram do massacre e da guerra suja a continuação da política do Estado: uma orgia de sangue.
Estes dois períodos serão recordados por ser o reinado de paramilitares e mafiosos, terminará, segundo dizem bruxas e pitonisas competentes no futuro, sem intercâmbio humanitário e sem saída política ao conflito. E não nos fica outra opção que um governo de reconstrução nacional que possa assumir os desafios da Colômbia que necessitamos. Ou se não, como reza um grafite frente ao INEM: "Que nos governem as putas, porque seus filhos não puderam".
§ Obrigado aos grafiteiros que tiveram o engenho da mofa.
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Terça-feira, 14 de Agosto de 2007
Falso de toda falsidade...
Marcadores: conflito armado
Mulinha fácil e de galope curto, expressada precisamente por quem gosta muito dos cavalos de passo fino. Porque o que não pode passar por “falso de toda falsidade” é que se desrespeite e menospreze a todo um sentimento e anseio popular de justiça e acordo humanitário, visibilizado através da inteligente e sensata iniciativa do Professor Moncayo.
O mafioso paraco Uribe!
[Jer]
iniciapopular@yahoo.es
Dizia pública e reiteradamente o presidente da Colômbia – na praça Bolívar – diante do lutador pelo acordo humanitário Gustavo Moncayo, sua família, os familiares dos prisioneiros e diante de um bom número de cidadãos e cidadãs que lhe gritavem veementemente: “Uribe paraco, o povo está berraco”, “Uribe assassino assassino”. Mas também diante de milhões de telespectadores que não se explicavam como não houve nenhum plano, nem uma câmera registrando o que dizia o público que estava na praça. Bela maneira de exercer a informação verdadeira e democrática!
Claro que segundo Uribe, isso é “falso de toda falsidade”. Como também o serão, as 56 crianças que morrem por causas previsíveis e de possível prevenção na Colômbia diariamente, segundo a UNICEF. O “falso de toda falsidade” quando o professor Moncayo o definiu que: “a presença do Estado em qualquer lugar do território nacional também é um professor ou uma enfermeira e não unicamente a presença repressiva das forças militares”.
“Falso de toda Falsidade” o aumento do desemprego a nível nacional, o crescimento da informalidade e a queda dos níveis de trabalho?;informe desse mês dado pelo Dane. Seguramente também é “falso de toda falsidade” que o – então – congressista Uribe propôs e aprovou a Lei 100/94 que mercantilizou o direito à saúde e disparou a apropriação individual de clínicas e hospitais públicos, patrimônio de todos os colombianos. Privatização que se segue hoje em dia com as sedes do ISS de Neiva, Ibagué e Girardot.
Mas é “falso de toda falsidade” seu maquiavelismo político, as licenças outorgadas aos narcos para voar com seus aviões e helicópteros quando se desempenhava como diretor da aviação civil e acusadas pelo jornalista Joseph Contreras.
“Falso de toda falsidade” que os Uribe Vélez são proprietários do “Ubérrimo”, paraíso de planos narcoparamilitares. Igualmente, falsas as relações amistosas e cabais com os Ochoa, fundadores do MAS em Medellín. Denúncias feitas por um senador no Congresso Nacional e registradas há anos no livro “Os Soldados da Cocaína”.
Esse “falso de toda falsidade” foi usado também pelo Presidente para acusar os guerrilheiros de que não pensam ou falam com seu estilo ou interesse. Essa foi a mesma atitude e o mesmo comportamento com todo o público presente na praça Bolívar. Mulinha fácil e de galope curto, expressada precisamente por quem gosta muito dos cavalos de passo fino. Porque o que não pode passar por “falso de toda falsidade” é que se desrespeite e menospreze a todo um sentimento e anseio popular de justiça e acordo humanitário, visibilizado através da inteligente e sensata iniciativa do Professor Moncayo.
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Sábado, 11 de Agosto de 2007
Conferência de advogados sobre a situação de Simón Trinidad
Marcadores: conflito armado
Hoje, 31 de Janeiro será levado a cabo a conferência entre os advogados da promotoria,a defesa e o juiz Lambert sobre a situação do revolucionário colombiano Ricardo Palmera Pineda (Simón Trinidad), na Corte Federal do Distrito de Colúmbia na cidade de Washington DC, Estados Unidos (EE.UU).
Sonia e Simón
[Paul Wolf]
O juiz Laberth fará uma conferência sobre a sentença a ser dada a Simón Trinidad por ter sido encontrado convicto de conspirar na tomada de reféns, e sobre seu segundo julgamento por tráfico de entorpecentes. Os casos são o número 04-232 (tomada de reféns) e o 02-112 (importação de drogas). De acordo com o expediente dos casos, a conferência sobre estatutos será levada a cabo na Sala da Corte 22ª, ao final do corredor no segundo piso na parte nova da Corte.
Não poderei estar presente na corte nesse dia, porém mencionarei algumas perguntas, com a esperança de que os repórteres que assistam ao evento possam obter respostas do desenvolvimento da conferência. Não há nada nestes dois expedientes dos casos que indique sequer uma pista do que possa acontecer neste dia. De modo que, simplesmente, vocês deverão comparecer ali e ver pessoalmente.
A primeira pergunta que tenho é sobre o tempo de duração. A seleção de jurado no caso da acusação a Trinidad sobre o tráfico de drogas. Este começará em 20 de agosto e este julgamento durará pelo menos um mês. Talvez os advogados não queiram litigar sobre a sentença de tomada de reféns de Trinidad em meio desse novo julgamento, assim espera-se que eles peçam prorrogação da data do ditame da sentença até alguma data de outubro, depois de finalizar o julgamento sobre o tráfico de drogas. Sei que há muito interesse em saber a sentença que se imporá a Trinidad. Eu havia estimado mais ou menos entre 30-60 anos, porém é uma margem demasiado ampla. Não está claro que existam ou não outros procedimentos de exemplos de algum caso similar e que o juiz Lamberth pudesse utilizar como uma plataforma de guia, para buscar uma sentença ajustada, como o fez o juiz Robertson com o caso do tráfico de drogas de Sonia. Sem sombra de dúvidas, há muitas discussões sobre o que se possa fazer acerca destas interpretações.
Ao prorrogar um pouco mais a data do ditame da sentença a Simón Trinidad, ao mesmo tempo, também lhe daria maior margem de manobra ao promotor Ken Kohl para buscar uma negociação com as FARC sobre a liberação dos prisioneiros em poder deste. Se eu fosse o juiz, lhe outorgaria uma extensão de tempo para facilitar a negociação sobre os reféns.
Além da data para iniciar o ditame de sentença sobre a tomada de reféns devem existir também assuntos de pré-juízo em relação à seleção de jurados para o caso sobre o tráfico de drogas e alguns outros detalhes de evidencias e provas a serem resolvidos. Ao ver as entradas ao expediente nos últimos meses, não foi possível observar nenhuma moção significativa para reduzir a evidência (de limitar a evidencia admitida em um julgamento), como problemas para outorgar vistos às testemunhas, e outros deste tipo) Assim, dessa maneira, pareceria que nada estivava acontecendo e que todo o mundo espera o grande momento.
Eu escutei que os EEUU pedirão a extradição de José Luis Aybar Cancho e de seu irmão Luis Aybar Cancho do Peru. Estes dois homens são os co-acusados com Simón Trinidad. Os Aybar já foram convictos no Peru e estão purgando uma sentença de 8 anos nesse país sul americano. Entretanto, como ainda estão no Peru e este caso já irá a juízo, não estarão com Trinidad nesse julgamento, não sou admirador de julgamentos nos que há "duplo jogo", porém, fico pensando: o quê tivesse acontecido. Se quem sabe se tivesse julgado aqui ou alguém houvesse mencionado a Vladimiro Montesinos. Isso seria uma catástrofe judicial.
No caso de não estarem familiarizados com a historia, faz mais de cinco anos, o então chefe de inteligência do Peru, Vladimiro Montesinos tentou arranjar uma venda de 10.000 fuzis AK-47 às FARC. Os irmãos Aybar Cancho atuaram como seus agentes. A transação supostamente envolvia cocaína e dinheiro em troca de armas. Os EEUU -processaram um número de membros das FARC por tráfico de entorpecentes (traficar com drogas na Colômbia é uma violação das leis dos EEUU, aparentemente porque as drogas podiam terminar aqui), incluíram a Raul Reyes, Mono Jojoy e o Negro Acácio, um brasileiro de nome Fernandhinho, os irmãos Aybar Cancho, e outros mais. Quando se deteve Simón Trinidad em 2003, se juntou ao caso como co-defendido. E estranhamente, apenas Trinidad está sendo julgado. Montesinos nunca foi processado por causa dessa história particular, hoje caso judicial.
Não posso adivinhar até onde Trinidad esteja envolvido no assunto. Ele não era nenhum acusado até que capturado -isso diz algo.
É possível que o mencionado acidente seja indeferido ou descartado, e mais ainda busquem alegações e denúncias sobre o tráfico de drogas e as FARC usando informantes pagos, radio-transmissores interceptados e identificações dessas vozes por parte de especialistas da DEA, explicando as supostas rotas do tráfico e qualquer outra coisa que seja escutada sobre um caso de tráfico de drogas. Ou melhor não seja mais que uma cópia de julgamentos de Sonia, com a rotação dos informantes que foram incluídos.
E falando de Sonia, notei que recentemente, os advogados de defesa no julgamento de Sonia entabularam uma moção de apelação a favor de seus clientes. Isto é um procedimento separado ao das moções já interpostas para um novo julgamento, as quais foram negadas. As apelações vão a um grupo de 3 juízes que vivem na parte de cima da corte e raras vezes são vistos. A maioria dos argumentos em uma apelação se faz por escrito, e as declarações orais só se limitam de maneira estrita, à uma hora para um caso inteiro. Não estou seguro de que tipo de erros legais foram cometido durante o julgamento que justificaria declarar um "não há lugar a condenação", porém deveríamos estar inteirados dos argumentos nos próximos meses.
Assim, para os repórteres que podem assistir a Conferência de Situação (STATUS) sugeriria escutar algumas pistas sobre quais evidências e as testemunhas estão em disputa para o caso de tráfico de drogas. É demasiado o esforça do governo de EEUU que está incorrendo em condenar a um homem que de todas as maneiras não tem nenhuma possibilidade de viver para ver o fim dos julgamentos que enfrenta na Colômbia, muito menos ainda de poder cumprir com todas as sentenças esperadas. Finalmente, ver como o Sr. Kohl está indo com as negociações dos reféns. Ou melhor, se lhe convencem a fazer uma proposta mais concreta, algo assim poderia iniciar um movimento a respeito.
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Sexta-feira, 10 de Agosto de 2007
Álvaro Uribe Vélez: VERGONHA PELA FALTA DE VERGONHA DE UM CAPACHO DESAVERGONHADO
Marcadores: conflito armado
[Plutarco]
Os colombianos que aspiramos viver com dignidade em um país livre e soberano, nos sentimos agoniados pela abjeção e a indignidade de um pretendido representante “nacional” que arrasta e enloda diariamente o que nos sobra de decoro patriótico.
O lacaio, para começar, se curva diante do amo; depois, quando está adaptado a esta posição, se esconde perto dele, e assim pode sobreviver por um longo tempo sem chamar demasiada atenção de quem o observa. Mas por último, para obter sua aprovação e tentar inutilmente provar-lhe que não é invisível e que ainda existe, resolve então arrastar-se para sua visão diferente, já que obviamente os interesses do patrão já se dirigiram para outros pontos e situações, segundo sua própria, meticulosa e indiferente lista de prioridades.
O lacaio, por uma elemental lei da natureza (nada menos que a da sobrevivência!), “pensa”, ao princípio de sua prática cotidiana, que é necessário para o amo, e tanto, que se acredita e se sente não só querido e apreciado por ele, mas inclusive chega a acreditar-se necessário e importante para suas tarefas, necessidades ou simples caprichos. E daí que se convença de seu aparente valor, e que chegue inclusive a situações de impune exibicionismo diante de seus pares, já que tampouco é burro para fazê-lo diante de pessoas que ele reconhece como realmente valiosas e independentes.
E se alguém duvida dessa simples e elementar descrição da conduta do lacaio, observe, ainda que seja por um instante, Álvaro Uribe Vélez, o paraPresidente colombiano: desde o primeiro momento em que apresentou seu “programa de governo”, que anunciava com bumbos e pratos a instauração imediata de um regime policial na Colômbia, baseado na criação de 2 milhões de dedo-duros (o governo os chama eufemisticamente de “redes de vigilantes”), disse que os altos interesses da Colômbia estariam ligados estreitamente aos altos interesses do Império.
Com esta declaração, evidentemente desnecessária por redundante, mas elemental no discurso de um lacaio, o regime do uribato paramilitar e mafioso marcou a diferença com os governos democráticos e independentes que no resto da América Latina estavam sendo instaurados, e que para surpresa de Washington resultaram críticos e depois opositores das políticas imperiais, e deixou o grande lacaio colombiano em uma incômoda e solitária posição de absoluta dependência norte-americana, isolando assim seu país do concerto e as aspirações nacionalistas da América Latina.
E como o lacaio tem que comer (também por conta de uma elemental lei natural), e no caso colombiano ainda por cima tem que sustentar uma guerra que leva quase 50 anos de existência e que figura em toda a literatura política, sociológica e milita do mundo como “conflito social armado interno”, cuja existência, sem embargo, nega sem pestanejar e com total sem vergonhice o Presidente Uribe Vélez, tinha então que curvar-se não só em reverência ao amo que lhe outorgava armas para manter seu inexistente porém necessário conflito, mas ainda tinha que se colocar diante dele em sinal de absoluta submissão.
Assim, de inclinação em inclinação, de reverência em reverência, passando pela formulação de entreguistas declarações que só buscavam assegurar os pratos da mesa do amo, respaldando causas nauseantes (estilo invasão do Iraque, etc, etc.. Uribe Vélez, sem o menor pudor nem o menor respeito pela dignidade de todos os colombianos, foi caindo na humilhante posição de réptil, arrastando-se e arrastando a todos os colombianos que ainda aspiramos a dignidade, à desavergonhadas posturas, que pensávamos que haviam acabado com a vergonhosa visita de Bush à Colômbia.
Durante ela, o regime parauribato permitiu e estimulou humilhantes atitudes dos visitantes imperiais, até o extremo incrível de tolerar que a mesma “guarda de honra” que renderia as correspondentes homenagens protocolares ao chefe do Império, foram cacheados (vale dizer requisitados) em seus uniformes e em seu armamento pelos membros de seu corpo de segurança, ou que o próprio Bush, com absoluto desprezo por seu incondicional e inepto anfitrião, não prestou o devido respeito elemental ao hino da Colômbia!
E como o lacaio Uribe se auto-proclama como um “político pragmático”, nos últimos dias, quando tornou-se necessário que viaje quase semanalmente à Washington para mendigar dólares para a continuação do criminoso Plano Colômbia que nos custou tantos mortos, torturados, desalojados e desaparecidos, ou para implorar a aprovação do Tratado de Livre Comércio que garantirá aos ricos da Coômbia uma mais rápida e fácil acumulação de riqueza, enquanto o povo presencia horrorizado a morte contínua, por inanição, de dezenas de crianças, o vemos literalmente rastejar pelos corredores da Casa Branca.
E o vergonhoso espetáculo de um pretendido Presidente da República, de um também pretendido Estado que se auto-proclama digno, soberano e independente, e de uns poderes que se auto exaltavam autônomos, arrastando-se pelas ante-salas do Parlamento gringo e pelos corredores da sede imperial, recebendo humilhantes tratamentos de vassalos e de mendigos; submetidos à injuriosos interrogatórios e à vergonhosas audiências mais próprias de uma colônia que de um país digno, e tudo por umas poucas migalhas do banquete imperial, é algo muito doloroso, injusto e abominável para os colombianos de bem.
Uribe Vélez será julgado por suas políticas anti-democráticas, absolutistas e autoritárias; por sua pretendida “seguridade democrática”, que não tem sido outra coisa além da continuação dessa guerra que a classe dirigente colombiana resolveu declarar ao povo colombiano por atrever-se a reclamar uns elementais direitos e a protestar por umas evidentes injustiças sociais e econômicas, e que está consciente de não poder ganhar, e também deverá ser julgado por tribunais populares por sua indignidade, sua sem-vergonhice e indiferença aos pedidos que inclusive seus próprios amigos fazem por sua postura abjeta, reverente e submissa diante do Império.
E prioritariamente deverá ser julgado por sua incapacidade para resolver pela via política este desumano conflito social armado interno em que se encontra o país, e uma de suas últimas conseqüências é sua torpe negação a aceitar um “acordo humanitário” –que não é outra coisa além de uma saída política para a guerra--, como austeramente o vêm proclamando em todos os tons as FARC-EP, e que por si só constitui o contrário da solução bélica que proclama a partir de Washington o fracassado Plano Colômbia.
Insistir na via militarista para tratar de abafar maior conflito social armado da história moderna e um dos poucos que sobrevivem no mundo, é prova da suja política do regime uribista, e demonstração primária de que sua humilhante posição de réptil diante dos poderes do Império, são afinal a mais irrefutável prova da cegueira política e da torpeza ideológica de outro dirigente colombiano, o máximo expoente do lacaismo crioulo, Uribe Vélez, que tampouco foi capaz de ler corretamente, nem o momento nacional, muito menos as circunstâncias políticas do mundo do Século XXI.
Não aceitar a saída política do conflito, como o vêm propondo há muitas décadas as FARC-EP., e que se expressa no acordo humanitário como porta de entrada para uma negociação séria e politicamente responsável, é, simplesmente, eleger a via armada. E a história nos ensina claramente onde e como terminam os conflitos que não se solucionam na mesa de conferências, nas trincheiras da guerra. E também sabemos que os responsáveis por esses absurdos, terminam irremediavelmente julgados nos tribunais de justiça.
Adendo: Um mês depois, e a raiz da liberação do guerrilheiro “Rodrigo Granda” como parte da frustrada jogada política com que o paraPresidente Uribe Vélez tentou distrair a opinião pública nacional e internacional da sua negação em fazer o acordo humanitário que busca a liberação dos detidos das duas partes, e a intervenção do Grupo dos 8 com sua declaração a respeito formulada na Alemanha, ficaram claras as três novas derrotas políticas do chefe do narcoparamilitarismo colombiano:
O reconhecimento óbvio do Grupo dos 8 no sentido de que na Colômbia existe sim um velho conflito social interno armado, apesar dos cinco anos de negação do mesmo por parte do uribato;
O reconhecimento das FARC-E.P. como contra-parte política e militar do conflito colombiano, ou seja, sua aparição formal nos cenários internacionais como elemento atuante, reconhecido oficialmente por ninguém menos que os donos do capitalismo mundial, com o qual fizeram com que o seu pupilo Álvaro Uribe ficasse de queixo caído;
O reconhecimento de que a única saída válida à trágica situação colombiana, passa inevitavelmente e irreversivelmente pela negociação política.
Será que os habilidosos assessores de Uribe entenderam a mensagem?
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Resposta ao Cônsul da Colômbia em Milão.
Marcadores: conflito armado
[Do correspondente de ANNCOL na Itália.]
Na noite do último dia 25 de julho, em Milão, foi escrita outra importante página de solidariedade internacionalista para com a luta do povo colombiano.
Num fracassado evento de manipulação e tergiversação da realidade colombiana, promovido em Roma e Milão pela embaixada uribista na Itália com a colaboração de algumas obscuras “personalidades” italianas (na maioria pessoal de Berlusconi), fez-se ouvir uma vez mais a voz da condenação inapelável ao regime fascista colombiano.
O embaixador mafioso Sabas Pretelt, digno comparsa dos paramilitares Jorge Noguera Cote e Luis Camilo Osório, ex-cónsul e ex-embaixador da Colômbia na Itália respectivamente, fez lobby durante meses para montar o circo nas duas mais importantes cidades desta península.
Levando em conta que a enxurrada propagandística, astutamente facilitada pelo canal nacional de televisão Rete 4 do direitista Berlusconi, foi consistente e duradouro mas o seu resultado foi ridículo. As “manifestações” tinham sido convocadas “contra os violentos que seqüestram”, numa tentativa descarada – similar à que Uribe fez com as marchas na Colômbia em 5 de Julho último – de mobilizar a opinião pública contra a insurgência. Mas o tiro sai pela culatra.
Em Milão particularmente, apenas duas dúzias de pessoas atenderam o chamado da embaixada, entre as quais muitas nem sabiam realmente porque estavam ali; como em outras ocasiões, os mesquinhos diplomatas uribistas tentaram convocar os colombianos residentes na Itália insistindo na “colombianidade”, no “sentimento patriótico” e outras palavras de ordem vazias e preparadas no mesmo estilo.
Mas aconteceu o que os assessores do consulado não tinham previsto nem calculado: um grande grupo de jovens, entre italianos, colombianos e outros latino-americanos, adentrou no lugar da quermesse da mentira abrindo uma grande faixa que dizia: “NÃO AO RESGATE A SANGUE E FOGO, SIM À TROCA DE PRISIONEIROS”. Além disso, distribuíram centenas de panfletos nos quais se exigia que Uribe deixasse de mentir de forma descarada sobre o intercâmbio humanitário de pessoas privadas da sua liberdade na Colômbia devido ao conflito social e armado que existe no país a mais de meio século. Muitos panfletos foram distribuídos entre populares na central Plaza de la Scala, e que desta forma puderam entender a razão da manifestação.
Quando o cônsul começou a vomitar mentiras e falsidades, costume historicamente arraigado na classe política colombiana, os jovens solidários com a justa luta do povo colombiano e com a inadiável troca de prisioneiros, começaram a gritar “Colômbia SIM, Uribe NÃO”, “NÃO ao resgate, SIM à troca”, sem se deixar atemorizar, nem correr um só instante, pelos vinte e poucos para-górilas adidos do consulado da vergonha.
Assim como aconteceu em frente da embaixada da Colômbia em Berna, Suíça, em 20 de julho passado, quando se sentiram as manifestações contundentes dos amigos da solução política para o conflito contra o regime narco-paramilitar da Casa de Nariño, cinco dias depois, em Milão, volta a ecoar a exigência da troca de prisioneiros, saída política e renuncia de Uribe, por este ser um presidente ilegítimo e indigno.
Os jovens se enfiaram nas narinas dos para-uribistas, sem temor e com valentia, reafirmando claramente que, na Europa, os solidários com o povo colombiano não se deixam intimidar pelo enrosco mafioso das embaixadas colombianas.
O regime e seus lagartos diplomáticos foram advertidos: suas mentiras não têm nem terão lugar aqui na Europa, onde quer que seja.
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Quinta-feira, 9 de Agosto de 2007
Uribe reforça sua política militarista
Marcadores: conflito armado
Apesar das severas críticas internacionais ao seu governo e do escândalo da “para-política”, o presidente colombiano decidiu incrementar o gasto militar com vistas a 2008. Uribe prefere seguir aplicando, a todo custo, sua política militarista, que tem o objetivo central de acabar a “sangue e fogo” com todos os integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Mais, nestes dias o governo anunciou que no marco do proposto para o ano de 2008, a quota destinada para a segurança interna vai aumentar notavelmente: de 1,9 bilhões de pesos a 5 bilhões, o que representa um crescimento de ao redor de 163 por cento, escreve Matias Mongan, da APM.
O lacaio... é também mercenário!
[Por Matías Mongan | Da Redação da APM]
Há uns dias, a consultora estadunidense Standar & Poor´s realizou um informe acerca da situação financeira da Colômbia. No mesmo concluiu que o governo de Álvaro Uribe não está podendo alcançar o grau de investimentos “desejado”, devido à importante pressão fiscal que produz e o alto gasto militar e o regime de transferências da nação às distintas regiões do país.
A agência estadunidense, que recentemente aumentou a qualificação de “risco” do país latino-americano, assinalou que a carga que representa o sistema de pensões também constitui outro dos elementos que levaram a que a economia doméstica se afaste cada vez mais do grau de investimento ótimo que apresentava pelo ano de 1999.
Para finalizar, a consultora aconselhou à administração uribista que, não obstante – segundo sua estimativa – este ano o aparato produtivo interno vá crescer uns 6,2 por cento, deve estar bem alerta para atenuar o crescente déficit fiscal na conta corrente do país. Os principais motivos que levariam a esta situação seriam: “As importações de bens de capital e matérias-primas”.
Apesar de estas recomendações de parte de uma das mais importantes empresas do setor financeiro internacional, Uribe prefere seguir aplicando, a todo custo, sua política militarista que tem o objetivo central de acabar a “sangue e fogo” com todos os integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
E mais: nestes dias o governo anunciou que no marco do proposto para o ano de 2008, a quota destinada para a segurança interna vai aumentar notavelmente: de 1,9 bilhões de pesos a 5 bilhões, o que representa um crescimento de ao redor de 163 por cento. Paralelamente a que o gasto destinado a esta área se incrementa de maneira desmedida, de acordo com o esquema governamental o investimento social apenas vai crescer 14 por cento (de 9,5 a 10,9 bilhões de pesos).
A Diretora de Planejamento Nacional, Carolina Rentaría, acrescentou que a maioria dos recursos – que vão surgir produto da cobrança do imposto patrimonial – será destinada à compra de novos equipamentos que permitam intensificar a luta contra os grupos à margem da lei. Nesse marco, a funcionária reconheceu que já estão estudando a possibilidade de realizar importações militares por uma soma de ao redor de 1700 milhões de dólares.
Pra concluir, Rentería realçou que a se aprovar esta iniciativa, que vai ser incluída dentro da lei de Orçamento que deve ser apresentada no Congresso antes de 29 de julho, praticamente se estariam alcançando os índices de investimentos em segurança executados durante 2002 – quando assumiu Álvaro Uribe. “Este ano se deu um grande impulso no gasto de funcionamento de defesa, que se traduz em fortalecimento do programa de segurança democrática e crescimento da economia”, sustentou naquela oportunidade o mandatário colombiano.
Porém nem todos estão contentes com a política militarista impulsionada pelo governo da Colômbia, nestes últimos tempos importantes referências políticas dos paises vizinhos (Venezuela e Equador) em reiteradas ocasiões se queixaram devido a que, graças à desculpa da luta insurgente, o exército colombiano realiza incursões armadas em seus territórios, violando desta maneira sua soberania nacional.
Um dos que fez pública sua crítica ante esta situação foi o ex-Vice-presidente venezuelano, José Vicente Rangel. Este assegurou que de acordo com uns informantes, que não os identificou, integrantes das forças militares colombianas estariam ingressando na Venezuela para: “fazer o seguimento de supostos membros das FARC”.
Para justificar sua denúncia, Rangel referiu-se à suposta morte em seu país de dois militares colombianos em uma localidade próxima à fronteira: essa atividade pode ser muito perigosa para as relações entre os dois países, já que se realiza à margem da lei e à margem do conhecimento dos organismos competentes do Estado venezuelano”.
Há que se recordar que este ex-funcionário do governo de Chávez em maio também denunciou que o Ministro da Defesa do governo de Uribe, Juan Manuel Santos, estaria supostamente relacionado em um plano conspirativo que buscava assassinar dirigentes do oficialismo e opositores, com o fim de desatar uma crise política na Venezuela. Tanto esta denúncia como a que realizou há poucos dias foram enfaticamente negadas pela Casa de Nariño.
Outro dos pilares fundamentais da política de defesa da administração uribista é a “luta contra o narcotráfico”. Neste contexto e sob os auspícios dos estados Unidos por intermédio do Plano Colômbia, nestes últimos tempos o governo colombiano sistematicamente vem fumigando com glisofato a zona fronteiriça com o Equador. O motivo de tal medida é que ali teoricamente havia cultivos ilegais de cocaína.
Esta situação de abuso foi energicamente repudiada pelo presidente equatoriano Rafael Correa, que por diferentes meios já manifestou sua intenção de levar o caso ante a Corte Internacional de Haia para assim solucionar a discórdia entre os dois países.
“Levam sete anos fumigando e os efeitos na fronteira norte são desastrosos, há povoados destruídos, culturas arruinadas, terra estéril, enfermidades na população e tem que se responsabilizar a Colômbia por todos esses danos”, afirmou na quarta-feira da semana passada o primeiro mandatário no marco do seu giro pela Espanha.
Correa se baseou em um informe da Comissão Científica equatoriana para sustentar que ficou claramente demonstrado que “o glifosato afeta diretamente a saúde humana, porém também afeta o ecossistema, os meios de produção, com o que cria graves problemas sociais”. Além do mais, quem se somou à posição equatoriana foi o relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito à saúde, Paul Hunt, quem também pediu a suspensão das fumigações aéreas.
Para tentar baixar os decibéis do conflito, desde Bogotá pediram paciência, sobretudo tendo em conta que a comissão binacional criada para solucionar a contenda ainda não estabeleceu uma opinião definitiva acerca do impacto real do glisofato no corpo humano.
Como se vê, o mandatário colombiano é bastante criticado por seus vizinhos devido à sua política armamentista. Ademais, sobretudo desde que veio à luz o escândalo da para-política, também começou a sofrer várias críticas de parte da comu idade internacional.
Uma das principais carências que imputam ao Primeiro Mandatário é sua incapacidade para poder alcançar um acordo humanitário com as FARC, no marco do conflito armado que há mais de quarenta anos golpeia o país.
De acordo com o prestigioso semanário estadunidense The Economist, em artigo intitulado “(Uribe) Um herói em casa, um vilão no exterior”, quando “milhares de colombianos saíram às ruas a protestar pela morte em cativeiro de 11 deputados seqüestrados e a necessidade de um intercâmbio humanitário, o presidente Uribe viu esta expressão como um gesto de apoio à sua gestão de ‘mão dura’ com as FARC”.
Somente sob este contexto se entende a operação militar de resgate realizado nesta quinta-feira no setor rural de Montebonito que terminou com a vida do empresário seqüestrado Diego Mejía Isaza. No romper do combate também morreram um soldado e cinco guerrilheiros.
Apesar de que esta ação tinha o aval da família de Isaza, com sua atitude intransigente Uribe pareceu estar esgotando a “paciência” de todos aqueles países (e das pessoas) que estão a favor de alcançar o acordo humanitário. Tal como sustenta The Economist em seu artigo, dependendo de como se maneje o processo de paz com a guerrilha: “Assim serão os resultados e a reação da comunidade internacional, sobretudo dos Estados Unidos e a aprovação do TLC, iniciativa que está em mãos dos democratas, que não são muito amigos de Uribe”.
Taxativamente, o informe mencionado anteriormente termina assinalando que estes, em muitas ocasiões, enfatizaram que “se não se vêem resultados concretos na redução da violência, não haverá um tratado sério”.
mmongan@prensamercosur.com.ar
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Sexta-feira, 3 de Agosto de 2007
Afinal, quê? O presidente sem bússola frente ao intercâmbio humanitário
Marcadores: conflito armado
Isto é o que passa nestes instantes quando, mediante um pronunciamento público, o Comando Conjunto de Ocidente das FARC aceita a entrega dos corpos dos deputados do Valle a uma Comissão Internacional, composta pela Cruz Vermelha Internacional, dois familiares e o acompanhamento humanitário do dr. Álvaro Leyva.
O fascista Uribe Vélez!
[Johny Silva/WilliamOrtiz/Colaboradores ANNCOL]
Que alguém, por favor, presenteie uma bússola ao presidente, parece ser o clamor dos cidadãos de a pé, quando vêem e escutam que o presidente, em meio à histeria na qual se afundou, desmente nas tardes o que disse e prometeu nas manhãs. Isto é o que passa nestes instantes quando, mediante um pronunciamento público, o Comando Conjunto de Ocidente das FARC aceita a entrega dos corpos dos deputados do Valle a uma Comissão Internacional, composta pela Cruz Vermelha Internacional, dois familiares e o acompanhamento humanitário do dr. Álvaro Leyva.
Esta proposta havia sido sugerida pelo próprio governo, e, conseqüentemente, aceitada frente à comunidade internacional. Agora, na resposta do governo se nota novamente um passo atrás, como tem sido o costume nos últimos tempos. Prorrogar, mentir e prorrogar novamente.
O governo, precipitadamente, havia afirmado que a insurgência seria quem havia assassinado os deputados, neste lamentável fato pretendeu canalizá-lo para desprestigiá-la e, ao mesmo tempo, desviar a atenção sobre a responsabilidade de todo o regime na Parapolítica. Porém, quando se apresenta a oportunidade de demonstrar o que verdadeiramente passou, - se se realizam umas autópsias sérias, científicas e imparciais – o presidente fecha a porta nos narizes de familiares e prorroga a entrega dos corpos.
O governo não aceita que familiares estejam presentes na diligência de entrega, e pretende impor a OEA, organismo que não oferece nenhuma credibilidade, sobretudo depois que guardou silêncio frente às mortes do período de Ralito. 3.200 pessoas assassinadas seletivamente é a cifra que lograram recopilar as ONGs de DDHH, mortes silenciadas nos informes de seguimento da missão técnica da OEA. Sem contar as toneladas de coca que foram enviadas durante este processo. Podemos agregar a isto que o próprio governo estava a par destas mortes e da comissão destes e outros delitos, se como o afirma o ex-diretor de inteligência, general Guillermo Chávez: “todas as comunicações de Ralito têm sido interceptadas, porque se interceptou todo o espectro eletromagnético”. O silêncio, cumplicidade e omissão da OEA e do governo não têm limites.
Ante a negativa do governo de não aceitar a presença de familiares, reproduziremos o mesmo cenário, que se apresentou durante as diligências da necropsia ao cadáver de Jaime Gómez, assessor da senadora Piedad Córdoba, assassinado em estranhas circunstâncias.
No último comunicado do Comando Conjunto de Ocidente das FARC-EP fica claro que os mais interessados em entregar os corpos dos deputados e aclarar as circunstâncias de sua morte é a insurgência. Que esconde o governo ante esta nova manobra para prorrogar a entrega, acaso impedir que saibamos que tipo de munição se utilizou, que tipo de arma, a que distância, e as trajetórias das balas que consumiram a vida dos deputados. A resposta é que ao governo não lhe interessa que o saibamos, porque isto demonstraria que jamais lhe interessou o intercâmbio humanitário e que todos os esforços do regime conduzem à morte dos prisioneiros de guerra para justificar seu discurso de terra arrasada.
Esta histeria uribista deve ser desmascarada pelas famílias dos deputados, dos quais necessitam os corpos seus familiares para realizar seu luto. O governo nacional pretende ganhar tempo, ignorando que as ciências forenses se encontram muito desenvolvidas e que não importa quanto tempo passe para que estas desvelem as verdadeiras circunstâncias que rodearam a morte dos deputados.
Com esta atitude, o regime mostra, ante o mundo, que está construído sobre a mentira, sobre os pactos secretos, sobre os acordos debaixo da mesa, os fatos e atos ante a opinião pública nacional e internacional são coisas das quais o regime foge.
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Quarta-feira, 1 de Agosto de 2007
Polemica na Colômbia por apoio do presidente a paramilitares
Marcadores: conflito armado
Nesta quarta, em declaração a uma emissora de rádio, o presidente da corte suprema de justiça, César Valencia, anunciou que este órgão manterá a sentença que nega aos paramilitares “desmobilizados” a possibilidade de ser julgados por “sedição”. Uribe apóia os principais chefes paramilitares presos, que se negaram a continuar declarando seus crimes diante da justiça até a corte suprema trocar sua lei.
Uribe Vélez, chefe Maximo do paramilitarismo na Colômbia, isso explica tudo!
[PrensaLatina/Rebelión]
O controvertido processo de justiça e paz impulsionado pelo governo colombiano enfrenta hoje uma crescente polemica por pressões dos chefes paramilitares presos e o apoio do presidente Álvaro Uribe as suas demandas.
Esta quarta, em declarações a uma emissora de radio, o presidente da corte suprema de justiça, césar Valencia, anuncio que este órgão manterá a sentença que nega aos paramilitares “desmovilizados” a possibilidade de ser julgados por “sedicion”.
“Con ello, echó en saco roto las declaraciones del mandatário”, que na véspera expresso seu desacordo com essa decisão, e pediu que paramilitares e guerrilheiros sejam tratados em igualdade de condições.
Assim, Uribe apóia os principais ex chefes paramilitares presos, que se negaram a continuar declarando seus crimes diante da justiça até que a corte suprema não troque as suas leis.
Analistas consideram que a posição de força dos ex chefes das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) persegue manter aberta a porta para poder participar em política no futuro e evidencia o protagonismo que estes mantem.
Mas enquanto a controvérsia segue seu curso, dois anos depois de iniciado o processo de justiça e paz as vitimas seguem esperando pela justiça e reparação.
A respeito, o diário El Tiempo lembra que ainda que os paramilitares que se declararam diante da Fiscalía tenham anunciado a entrega de milionárias quantias para ressarcir as vítimas de seus atos, isso não foi além das palavras.
Acusa que o fundo de reparação só conta com duas propriedades com dois mil hectares, três lotes em avançado estado de deterioração, três carros, 152 touros e dois cavalos “sem pedigree nem registro”.
Sem embargo, desse fundo deverão sair os recursos para compensar a mais de 70 mil afetados pela violência das AUC.
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Os comedores de carniça
Marcadores: conflito armado
Os funcionários governamentais converteram a entrega dos restos mortais de alguns desaparecidos num espetáculo. Quem tem semeado o território pátrio de desaparecidos e fossas comuns, é o que pergunta Allende La Paz. A desaparição é um típico crime do Terrorismo de Estado. Agora, os carniceiros da Casa de Nariño impedem a entrega dos cadáveres dos 11 deputados, mostrando sua perversidade.
Quem semeou a Colômbia de fossas comuns?
[Por Allende La Paz, ANNCOL]
O regime oligárquico na Colômbia tem convertido a vida da sociedade colombiana numa jungla, especialmente o regime narco-paramilitar uribiano. O que precisamente diferencia os humanos dos animais é que desenvolvemos normas de convivência para poder viver em sociedade. Porém, há setores que violam essas normas de convivência e se convertem nos depredadores de outros setores sociais e, pior ainda, se convertem em “carniceiros”.
Estes animais se alimentam não só de matar a “sua presa”, como também esperam que o cadáver sofra o natural processo de decomposição para alimentar-se dele. São, talvez, uma das mais baixas espécies dos depredadores. São animais repugnantes, que, apenas em mirá-los, nos causam náuseas. Cito-lhes um exemplo, as hienas. O comportamento destes animais não é humano, é bestial.
As fossas comuns
5.736 desaparecidos durante as últimas duas administrações na Colômbia (Plano Colômbia).
O regime oligárquico-imperial que impera na Colômbia tem promovido uma forma bestial de “fazer política”: o terror. Sempre têm utilizado a violência como forma de lograr a preponderância na sociedade e usufrui-la a seu favor. Têm recorrido a métodos bestiais. São criminais da pior laia, que não duvidam na eliminação física dos contraditores políticos e sociais.
Por isso, não sentem o mais mínimo sentimento de culpa quando promovem suas práticas criminais. Não só matam os contraditores como também o cadáver é objeto de um tratamento psicopático: os torturam, os queimam, os cortam a motosserrazos ou facãozadas, jogam futebol com as cabeças das vítimas, desaparecem com elas, quando não impedem que os enterrem.
Todas as administrações oligárquicas colombianas têm praticado a desaparição na Colômbia. Porém, durante o regime narco-paramilitar de Álvaro Uribe Vélez, não só praticam a desaparição física como também que, ante as denúncias, praticam a desaparição dos desaparecidos. Os restos dos desaparecidos – em fossas comuns que nunca são esquecidas pelos assassinos porquanto se constituem no troféu de sua insânia – são sacados das fossas comuns e atirados, por partes, ao mar para apagar todo rastro de sua esteira criminal.
Vejamos as estatísticas que, durante 20 anos, fui compilando pacientemente, atualizando-as ante cada novo informe. Logicamente, estas cifras padecem de incompletude.
BARCO
86-90
GAVIRIA
90-94
SAMPER
94-98
PASTRANA
98-02
URIBE
02-06
TOTAL
500
674
1.093
4.123
1.613
8.003
Como vemos nesta tabela, na Colômbia desapareceram 8.003 pessoas desde 1986 até 2006. Nas administrações que promoveram o Plano Colômbia, a desaparição forçada alcança cifras recordes: 5.736 pessoas vítimas. Pinochet, durante 17 anos de permanência no poder, desapareceu com 2.500 pessoas.
Os comedores de carniça hoje
A Desaparição Forçada é um típico crime de Estado.
Porém, a psicopatia dos carniceiros é tal que não se consolam só com a desaparição, senão que convertem num espetáculo a entrega dos restos mortais dos desaparecidos quando os assassinos são obrigados a informar a localidade onde foram enterrados.
O flamante vice-presidente colombiano, Francisco Santos, mais conhecido como “Fachito”, monta tarimba na Quinta de San Pedro Alejandrino – onde morreu o Libertador Simón Bolívar –, em Santa Marta, com a entrega dos restos mortais de 25 desaparecidos e, em seu discurso, culpa de tais fatos aos “paramilitares e as guerrilhas das FARC e do ELN”.
Temos que esclarecer ao carniceiro Fachito Santos, pela enésima vez, porque parece não entender, que a desaparição forçada é um típico crime de Estado, executado por funcionários estatais diretamente ou atuando como cúmplices de estruturas paramilitares, para nosso caso os narco-paramilitares. Assim o pontualiza o Direito Internacional Humanitário (DIH) e assim o assinalam todas as ONGs defensoras de direitos humanos.
São os militares e os bandos narco-paramilitares os que têm semeado de fossas comuns o território pátrio.
Os carniceiros da Casa de Nariño.
A morte dos deputados é obra dos carniceiros da Casa de Nariño.
Tal atitude de Fachito Santos é uma constante nos carniceiros que habitam na Casa de Nariño. Desde o palácio presidencial se ordenam os assassinatos dos dirigentes populares, desde ali se ordenam e dirigem os operativos para promover o Terrorismo de Estado. Uma prova? Jorge Noguera Cotes, então diretor do DAS, cargo que ocupava por nomeação direta da Casa de Nariño (Álvaro Uribe Vélez), elaborou “listas negras” de dirigentes populares, sindicais, políticos de esquerda, professores, as quais foram entregadas ao chefe narco-paramilitar “Jorge 40” – aliás, Rodrigo Tovar Pupo – para sua execução. Algumas dessas pessoas foram assassinadas mediante a execução extrajudicial e outras mediante desaparições.
Foi denunciado que pelo menos 15 pessoas das que estavam nas ditas listas foram executadas por “Jorge 40”. Sendo Álvaro Uribe Vélez responsável pela nomeação de Jorge Noguera Cotes no DAS, não é também responsável pelo assassinato destas pessoas?
Porém, os carniceiros têm desenvolvido outras atividades. É sabido que a Casa de Nariño (Ribélez, os Santos etc) criou as chamadas “águias negras” – com mercenários estrangeiros, narco-paramilitares colombianos, militares em serviço ativo e agentes da CIA – para promover o “resgate a sangue e fogo” – isto é, o extermínio – dos retidos ou prisioneiros em poder das FARC.
A morte dos 11 deputados do Valle no fogo cruzado com uma destas estruturas das “águias negras” é a colheita dos carniceiros, que, não contentes com isto, impedem que as FARC entreguem os cadáveres dos deputados, como repetidamente tem querido fazê-lo a organização insurgente guerrilheira colombiana. Desta maneira, os carniceiros se divertem em seu crime e elevam à enésima potência a dor dos parentes.
A solução social
Todas as sociedades desenvolveram suas normas de convivência. Ainda contra o querer dos poderosos carniceiros. Por exemplo, certas sociedades desenvolveram as Assembléias como uma forma de controlar o “poder” dos depredadores e carniceiros. Grécia assentou as bases para a Democracia. Os teóricos do marxismo-leninismo criaram as bases para a construção do socialismo e, posteriormente, do comunismo.
Nosso Libertador Simón Bolívar, antes do marxismo-leninismo, ainda em plena Campanha Libertadora contra o império espanhol, realizou um sem-número de reflexões, decretos, cartas etc, onde pontualizava as normas de convivência nos novos estados latino-americanos. O pensamento de Simón Bolívar, segundo o escritor colombiano H. Vanegas, era um pensamento complexo, que foi capaz de criar normas de convivência entre os colombianos e destes com a natureza, com os rios, com os bosques etc.
Os colombianos, hoje, estamos trabalhando duro na construção de uma Nova Sociedade, uma Nova Colômbia, em Paz, com justiça social, liberdade, independência e soberania nacional. Para isso, temos que submeter os depredadores carniceiros e, para lográ-lo, utilizamos a “combinação de todas as formas de luta de massas” que enfrenta a “combinação de todas as formas de luta oligárquicas” dos carniceiros.
Para isso, nos nutrimos do pensamento do Libertador Simón Bolívar (hoje celebramos 224 anos de seu natalício), quando manifestava: «O gênio do crime parece ter seu império de morte, e ninguém pode aproximar-se dele sem sentir os furores de uma implacável vingança».
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Terça-feira, 31 de Julho de 2007
Necessitamos da Nova Colômbia
Marcadores: conflito armado
O país não tem porque seguir a um presidente irracional, desaforado, que, ante a palavra FARC, se arrepia e entra numa espécie de transe convulsivo. O que não pôde lograr-se com o Plano Patriota não se alcançará com disparos de adjetivos. Negar a inversão social para colocá-la a serviço da voracidade da guerra, como o faz Uribe, não acelerará a vitória militar do Estado, senão o levantamento popular generalizado. Necessitamos urgente da Nova Colômbia.
Iván Márquez
[Iván Márquez*]
Ante o primeiro-ministro canadense e sem que ninguém o estivesse perguntando, o presidente Uribe manifestou que ele não era paramilitar e que em 2002 as FARC estiveram a ponto de tomar o poder.
O primeiro só pode brotar de um homem encurralado como ele, por esse engendro do Estado que é o Frankenstein da narco-para-política. É como se divagasse impulsionado pelo repúdio internacional e as aflitivas evidências.
Os fatos são graves e contundentes. Toda a cúpula do Estado está envolvida. Seus ministros mais importantes, o de Defesa, o de Fazenda, o vice-presidente da República, o comandante do exército, uns 80 congressistas uribistas, vários governadores, seu ex-chefe de segurança, a ex-chanceler..., todos eles chapinham sem saída nesse pântano da podridão que é a narco-para-política.
O da Colômbia não é um governo confiável. Isso deve ter percebido Uribe de repente frente ao ilustre visitante. Não pode inspirar confiança um governo foragido e manipulador quando se trata de abordar as relações com outros governos, instâncias e organismos internacionais. Algo deve motivar os senadores democratas para deixar no limbo as relações com Uribe enquanto não resolva o assunto da para-política e dos direitos humanos.
É que se trata de um governo montado sobre milhares de fossas comuns, milhões de deslocados, de motosserras paramilitares, de torceduras de cuello à Constituição, de fraudes eleitorais e dinheiros do narcotráfico.
Esse “eu não sou paramilitar” escapado sem convicção dos lábios de Uribe faz parte desse persistente costume que o arrebata de contradizer sua própria consciência.
E, quanto a iminência da queda do governo e da tomada do poder pelas FARC, ação só frustrada por Uribe em suas fantasias, devemos dizer que é um tema de outras profundidades e magnitudes.
É certo que, nessa época, tínhamos em nosso poder cerca de 500 prisioneiros de guerra, todos capturados em combate, que havíamos assestado golpes demolidores às tropas oficiais em vários pontos do país; que – como diz o general Tapias –, se houvéssemos tomado um batalhão se haveria desmoronado a moral do exército; que, certamente, existiam, como hoje, condições objetivas para a tomada do poder, porém não haviam condições subjetivas que lançassem o povo às ruas, às barricadas e à insurreição, com essa decisão dos povos que, num momento determinado da história, os impele a não deixar-se governar-se mais pelos opressores, e que é componente essencial do Plano estratégico das FARC, que também chamamos Campanha Bolivariana pela Nova Colômbia.
O que mais teme esta oligarquia, e teme como o diabo à água bendita, é a explosão social com a existência nas montanhas de um exército guerrilheiro, bolivariano como as FARC; porque sabe que na confluência, no encontro dessas duas forças demolidoras está a chave da vitória popular. E não só. Sabe muito bem que se levantaria, então, no norte da América do Sul a grande onda da revolução continental e a possibilidade do surgimento neste hemisfério da Pátria Grande sonhada pelo Libertador.
É esta perspectiva a que move a Casa Branca a escalar sua intervenção militar no conflito interno da Colômbia. O Plano Patriota – componente militar da “Segurança Democrática” – desenhado pelos estrategistas do Comando Sul do exército dos Estados Unidos, buscar cortar esta possibilidade propondo a derrota militar da guerrilha, ou, ao menos, quebrar sua vontade de luta para levá-la subjugada à mesa de negociações.
A conversão paulatina da base aérea de Três Esquinas e do posto de mando de Larandía no Caquetá em enclaves ou bases militares estadunidenses faz parte deste intrincado jogo de xadrez militar. Os gringos, com sua tecnologia de ponta, seus satélites, seus “predators” e seus helicópteros Chinook não vieram ao sul da Colômbia somente para matar mosquitos no tédio do meio-dia da selva amazônica.
A verdade é que, neste novo intento de aniquilar a resistência, levam mais de 5 anos e não o puderam. O Plano Patriota é um fracasso, o reconhecem tirios e troianos. Ocuparam – tal como o projetaram – o “coração da rebelião” e têm trilhado a selva e rebuscado cordilheiras, porém não apresentam resultados consistentes. Parece que não entenderam que se enfrentam é com uma guerra de guerrilhas móveis, que não cessa de causar-lhes baixas e de brindar-lhes surpresas, e mais surpresas. Ao contrário do que se propunham, o que se está espatifando é a vontade de luta das tropas oficiais. Como diz o general Tapias, a guerrilha se acostumou ao conceito das forças de deslocamento rápido, de unidades móveis e de apoio aéreo. Do fragor dos combates está surgindo o guerrilheiro da ofensiva final, o que sabe que conta com o amor do povo, porque esta luta tem as mais profundas raízes sociais e políticas.
O Plano Patriota não tem modificado substancialmente o despregar estratégico da força estipulado no Plano Geral das FARC. Avança-se, como em todo projeto, com os altos e baixos que imponha a realidade. Quando uma fase logra seus objetivos, se passa à seguinte até que se considere chegado o momento da ofensiva final, do governo de coalizão democrática ou do revolucionário, segundo a via pela qual se chegue a ele.
Desejamos a solução política, porém, os governos da oligarquia só querem a rendição e a entrega das armas, sem mudanças estruturais, sem ceder a seus privilégios, sem discutir o assunto da conformação das Forças Armadas, sem justiça social e sem dar passagem a um novo Estado. Todos se foram por essa via. Pastrana mente quando diz que o processo do Caguán fracassou por causa das FARC. Fracassou porque esse presidente correu da discussão sobre o desemprego e o sistema econômico. E, sobretudo, porque necessitava ganhar tempo para concluir o que se deu em chamar a reengenharia do exército para seguir teimosamente após essa quimera da derrota militar da guerrilha. Agora, saca pecho dizendo que no acordo humanitário pactuado com a guerrilha logrou a libertação de cerca de 400 militares. Pelo acordo humanitário só ficaram em liberdade 13 guerrilheiros e uns 47 militares. O resto, 305 militares e policiais prisioneiros, foram libertados como um gesto unilateral das FARC. É melhor que se busque outro cavalinho de batalha, e que abandone essa ridícula pretensão de ganhar indulgências com pais-nossos alheios.
Na busca de uma solução do conflito pela via política, diplomática, levantamos a bandeira da plataforma bolivariana pela Nova Colômbia, de 12 pontos, a Agenda Comum do Caguán, e aos povos a proposta de organização no Partido Clandestino e no Movimento Bolivariano.
Os diálogos de paz com as FARC são na Colômbia, de frente com o país, com participação de organizações políticas e sociais, e com um território desmilitarizado de tropas.
Enquanto isso, o Plano estratégico das FARC seguirá seu avanço em suas duas vertentes: a via do acordo nacional para a solução política, e a via armada. Uribe não está ganhando a guerra que nega em sua mentalidade de avestruz. Ele, que recebe toda a ajuda bélica ingerencista dos Estados Unidos, se rasga agora as vestimentas porque no irmão Equador uma organização política social resolveu solidarizar-se com os esforços da insurgência colombiana e com as formas de luta que assumam os povos. Só faltava isso: que os torquemadas da direita e do fascismo que tomaram por assalto o Palácio de Nariño agora queiram pendurar e condenar à fogueira os dirigentes sociais da América Nossa. Isso explica as barbaridades que têm cometido contra os dirigentes populares do país, ademais de reafirmar que o que têm aplicado aqui é o delito de opinião.
O país não tem porque seguir a um presidente irracional, desaforado, que, ante a palavra FARC, se arrepia e entra numa espécie de transe convulsivo. O que não pôde lograr-se com o Plano Patriota não se alcançará com disparos de adjetivos. Negar a inversão social para colocá-la a serviço da voracidade da guerra, como o faz Uribe, não acelerará a vitória militar do Estado, mas sim o levantamento popular generalizado. Necessitamos urgente da Nova Colômbia.
Montanhas da Colômbia, 24 de julho de 2007
* Integrante do Secretariado das FARC-EP
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Segunda-feira, 30 de Julho de 2007
Por que os meios de comunicação não falam dos jornalistas da RCN assassinados pelo exército na retenção dos 12 deputados em Cali?
Marcadores: conflito armado
[Dick Emanuelsson]
A mesma RCN não disse nada. Tampouco acusou nem uma só vez em seu canal de televisão o exército de ser o assassino do repórter cinematográfico da RCN, Héctor Sandoval, e Walter López, coordenador da equipe da RCN – Televisión em Cali, dirigido pela jornalista Luisa Estela Arroyave, hoje exilada no Canadá pelas ameaças de morte do exército.
Essa equipe jornalística, igual a outras, seguiram a pista da coluna guerrilheira das FARC que havia retido os onze deputados da assembléia doValle em 12 de abril de 202. De um helicóptero foram metralhados pelo exército colombiano com o resultado fatal. Como isto foi pouco, o edifício de RCN em Bogotá foi vítima de um disparo de bazuca no dia seguinte como advertência de “Não toque no assunto, lhes pode custar caro!”
Hoje, não somente o presidente da Colômbia Álvaro Uribe Vélez acusa e sentencia a guerrilha das FARC pelo assassinato dos onze deputados em 18 de junho, como RCN, Caracol, El Tiempo, para não falar dos juizes dos juízes dos jornalistas, a emissora “W”, que se sente com muito direito a estar por cima de todo o sistema judicial, chamando de guerrilheiro a todos aqueles que crêem que o jornalista não pode ser tão categórico e acusar sem ter provas ou nem sequer indícios sobre assuntos tão delicados como a tragédia dos onze deputados.
A cobertura da imprensa colombiana da tragédia dos onze deputados ilustra uma total subordinação a Uribe e aos organismos de inteligência das forças militares colombianas. Os meios mencionados acataram a terminologia oficial que não tem nada a ver com jornalismo profissional. Há exceções, tem que reconhecer, como é o caso de Nestor Morales, que dirige o programa “Hora 20” de Caracol, que em uma crônica sobre a morte dos onze deputados publicada em El Nuevo Siglo hoje, 04 de julho de 2007, acusa a setores políticos de aproveitar “a tragédia politizada”, e rechaça com indignação “o oportunismo político em relação às vítimas do seqüestro”.
Os jornalistas da RCN puseram as cartas na mesa
Por uma casualidade estive com vários jornalistas da RCN poucas semanas depois que seus colegas em Cali haviam sido atacados pelo exército e assassinados por balas de metralhadora Punto 60 do helicóptero militar. Concluíram: “Não nos permitem dizer nada sobre o caso. Se o fazemos…”
E agora, cinco anos depois da prisão dos onze deputados do Valle e a morte deles, se iniciou uma campanha de caça às bruxas contra todos que tenham uma opinião contrária ao presidente no sentido de que este não pode emitir acusação e sentenças com uma impressionante facilidade sem esperar ate que se possa fazer uma investigação real e imparcial da tragédia e facilitar a entrega dos corpos dos onze. Cada um que reclama esta exigência elementar e básica é qualificado de porta voz da guerrilha e deve sair rápido do país.
Mas os meios, que tem a obrigação democrática de questionar o poder, se converteram em repetidores do presidente, em seus portavozes.
Alguém escutou ou viu os jornalistas ou os diretores da RCN reclamar justiça por seus colegas ou empregados assassinados em 2002? Claro que não, por que não se atrevem. No entanto o fariam se nao fossem os laços politicos entre o estado-Uribe e os donos do país, os mesmos donos da Colômbia, os mesmos donos da RCN, quem impõe a ordem do dia.
Os meios sequer investigam quando são assassinados seus próprios trabalhadores, repórteres ou pessoal. Esse é o caso da RCN.
A censura aos jornalistas do General Mora
O general Jorge Henrique Mora, então chefe do exército, disse em uma roda de imprensa em 13 de abril de 2002, que os repórteres não devem meter-se na zona de conflito. Visivelmente irritado e aborrecido pela cobertura que os meios haviam feito sobre a ação da guerrilha, nos narizes da força pública. Foi vergonhoso e humilhante para os militares já que toda a ação foi filmada por uma equipe de televisao local e por uma equipe da mesma guerrilha
“Nos destacamentos, os militares ameaçaram de morte os jornalistas que seguiam a pista dos guerrilheiros. E nos Farallones foi metralhada durante duas horas nossa equipe da RCN que iria cobrir o fato pelo canal. Primeiro mataram Walter López, o condutor e depois Héctor Sandoval, câmera, que caiu ferido mortalmente. Luisa Estela Arroyave foi resgatada por outros colegas, entre eles um de El Tiempo, de ser assassinada pelo helicóptero que disparava com metralhadora Punto 60 durante duas horas”, foram as palavras de vários jornalistas da RCN que me contaram um par de semanas depois do sucedido em Cali.
Exército lançou uma bazuca contra RCN
Estivemos no hotel Peñol no município de Girardot, no mês de abril, em 2002. Angelino Grazon, o então ministro do trabalho do governo de Andrés Patrana, convidou os jornalistas que cobríamos o mercado de trabalho. Os jornalistas do canal RCN nessa época ‘soltaram’ amplamente a língua, indignados pelo assassinato de seus colegas, preocupadíssimos pela sorte futura de sua colega Luisa Estela Arroyave e pela bazuca que o exercito havia lançado contra as instalações da RCN em Bogotá.
Foi uma incrível ação militar que “falhou por uns metros mas que derrubou uma bodega ao lado, por suposto porque era apenas uma advertência do exercito. “Se acaso revelássemos ou investigássemos algo sobre os assassinatos de nossos companheiros de trabalho, iriam melhorar a pontaria”, dizia um jornalista. Outra jornalista relatou como todo o edifício e a sede da RCN temia uma explosão de bazuca, “uma arma que a guerrilha não tem”, acrescentou, “só o exercito.”
Os organismos internacionais de jornalistas se pronunciaram, condenando a ação assassina e perigosíssima por parte do exercito e seus organismos de inteligência contra os jornalistas da RCN. Mas na Colômbia os meios de comunicação estavam mudos e paralizados sobre o assunto, não se tocava no assunto para nada. Escrevi um artigo publicado no semanário VOZ e outros meios internacionais. Mas na Colômbia reinava um total silencio sobre os mortos da RCN.
Foi um ‘episodio’: Diretor da RCN
Passaram dois anos do sucedido em Calli. Pedi uma entrevista ao diretor da RCN, Álvaro Garcia para sondar até onde havia chegado a investigação e pór que o silencio deles. Perguntei-lhe:
- E como está, Álvaro Garcia, diretor da RCN television, a investigação de seus trabalhadores assassinados pelo exercito nos Farallones em 12 de abril de 2002?
“Realmente as investigações até onde tomamos conhecimento, não avançou muito. O assunto ficou nas mãos da Procuradoria Geral (Camilo Osório, mão direita de Uribe, acusado de ser “parafiscal”, salvando militares oomo o general Rito Alejo del Rio). E por outro lado, há outra ala da investigação que está na justiça penal militar. Porque, como tu dizias, houve participação das forças militares nesse episódio. Por isso eles estão com a obrigação de investigar o que aconteceu. Até agora não tivemos resultados precisos da questão. Já passaram três anos e não temos certeza absoluta em detalhes do que realmente aconteceu nessa tarde em Farallones de Calli e que terminou com a morte de nossos companheiros.”
Comparem o vocabulário do diretor da RCN acerca do assassinato de seus empregados: “episódio”. Que vocabulário utilizam agora quando se trata dos autores dos onze deputados assassinados ou mortos? “Assassinados pela guerrilha!” E ponto.
Os meios repetem sem descansar
O canal RCN entrevista o presidente Uribe que aproveita a “tribuna” que oferece a RCN para acusar categóricamente a guerrilla de “assassinos dos onze deputados”. Sem provas, sem investigações, sem testemunhas que possam ratificar essa versão. Quer dizer: Na Colômbia o presidente suplantou as autoridades policiais e judiciais e expediu sua sentença sobre um fato de tremenda dimensão no país. Uribe é juiz e parte. E os meios repetem sem descansar o declarado pelo presidente. Mas RCN não aproveita a oportunidade de perguntar a Uribe um parecer pelos companheiros de trabalho assassinados em 11 de abril de 2002 pelo exercito em Farallones de Calli. Se tprnam cúmplices não somente com o Estado mas também com a impunidade em geral.
Disse Álvaro Garcia na entrevista de 2004 que não sabe em “detalhes” o que se passou. Não somente é uma declaração cínica com os familiares dos empregados da RCN assassinados, como também nega assim o jornalismo investigativo e sério. O mais provável: Álvaro Garcia não tem aval dos donos da RCN para dizer a verdade, por que então se choca com os interesses políticos que os donos tem com os militares e o atual presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, o mesmo Uribe que recebeu milhões em apoio a sua campanha eleitoral em 2002 e em 2006 da parte dos donos do país e também o apoio dos narcoparamilitares.
“Encurralados em meio ao fogo cruzado”: RCN
E fiz a seguinte pergunta ao diretor da RCN:
“Até onde chegou o próprio trabalho de investigação jornalística da RCN para poder esclarecer os assassinados de seus companheiros?”
“Bom, não muito mais que as investigações (da procuradoria, nota do redator) e (...) do testemunho que deu Luisa Estela, de que haviam ficado encurralados em meio a um fogo cruzado (Sic!) e caíram disparos muito perto, e, ...e, ...e,... provavelmente dos helicopteros que estavam patrulhando a zona, ainda que tmbem da parte alta da montanha havia movimentos de gente armada, tanto da guerrilha como do exercito. Realmente foi impossível saber o que se passou nessa tarde.”
Agora se serve a declaração “encurralado em meio ao fogo cruzado”, mas quando se trata dos onze deputados mortos em 18 de junho só há um assassino sem nenhuma investigação: as FARC.
Mas o mais palpável e vergonhoso, para não dizer penoso é que a cadeia RCN não investigou absolutamente nada em um assunto tão próprio, tão pessoal e delicado como é a morte de companheiros de trabalho. O senhor Garcia sabe perfeitamente bem, que nem a procuradoria e muito menos a Justiça Penal Militar, vai investigar o exercito e o general Mora por haverem sido os responsáveis pelas mortes dos integrantes da RCN.
Álvaro Garcia prefere deixar os assassinatos de seus dois colegas na impunidade para assim proteger os assassinos do exército essa tarde em Los Farallones de Calli. Porque agora deve concentrar-se nos ataques frontais contra a guerrrilha das FARC, acusando-as sim, de ‘assassinos de onze deputados’, sem ter, como o presidente, nem sequer os cadáveres, porque o mesmo presidente não quer que se realize uma investigação forense que determine a causa das mortes e o tipo de bala utilizada, menos sabendo das circunstancias dos acontecimentos confusos de 18 de junho.
Não será melhor que o presidente Álvaro Uribe Vélez tenha a certeza de quem cometeu o assassinato? Não terá o presidente Álvaro Uribe a certeza de quem são ‘o grupo não identificado’ a que se referem as FARC?
Questionar cada declaração do poder
Em vez de apoiar os familiares em sua dor e de facilitar a entrega dos corpos dos onze deputados, a imprensa colombiana se converte em porta voz de URIBE. Vai lhe custar caro quando os estudantes na faculdade de comunicação social, não somente na Colômbia, senão no mundo, tomem o exemplo da cobertura dos onze deputados de como os meios podem ser instrumento para fins políticos, esquecendo seu sagrado dever: questionar cada declaração do poder.
Somente assim se descobre, desmascara e melhora a democracia. Tudo o que vemos hoje na Colômbia, onde a histeria e a caça às bruxas é canalizado através de meios como RCN, Caracol e El Tiempo.
Fontes:
Os meios RCN e El Tiempo assumem o vocabulário dos militares.
Por Dick Emanuelsson (especial para ARGENPRESS.info)* (Data de publicação:19/02/2006)
http://www.argenpress.info/notaold.asp?num=028079
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Domingo, 29 de Julho de 2007
Farc:”Colômbia não é a embaixada do Japão no Peru”
Marcadores: conflito armado
Em alusão ao falido plano de Uribe de resgatar os deputados do Valle del Cauca. A trama das razões de Estado de Uribe para a prisão de Rodrigo Granda e as declarações do G8 na Alemanha. A decomposição de sua classe governante encabeçada pelo presidente Uribe e seus mais imediatos colaboradores, os Santos. Convidam as Farc, os colombianos e a comunidade internacional a “lutar pelo intercâmbio humanitário e a saída política para o conflito social, político e armado que vive a Colômbia há mais de 50 anos”, nas declarações de sua Comissão Internacional ao Foro de São Paulo.
Manuel Marulanda, comandante-em-chefe das Farc!
[ANNCOL]
Para conhecimento de todos nossos leitores, a carta em sua totalidade.
***
Companheiros da Mesa Diretora do Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo.
Companheiras e companheiros:
Nos reunimos em um momento muito importante para o avanço político e social do nosso Continente. Os triunfos da Nicarágua e Equador nos mostram a decisão tomada pelos povos, de não permitir às classes dominantes e minoritárias que sigam governando nossos países, atropelando aos mais débeis, entregando nossas riquezas à empresas multinacionais e pisoteando nossa soberania.
A consolidação das revoluções cubana, venezuelana e boliviana nos asseguram que o futuro da América Latina e o Caribe se encaminha pelas mudanças em benefício dos povos.
Nossa querida Colômbia esta doente, os governos das últimas décadas, tem destruído tudo o que uma democracia burguesa pode mostrar ao mundo, as instituições estão em crise, o executivo é sindicato de paramilitares e narcotráfico, o presidente Uribe figura no posto 82º na lista de Bush pai de 1991, o vice presidente Francisco Santos tem sido acusado pelos “capos” do narcotráfico de pedir esquadrões da morte para Bogotá. O ministro da defesa, Juan Manuel Santos tem sido acusado de contatos com os chefes paramilitares para cometer crimes e dar um golpe de Estado em seu cúmplice Ernesto Samper Pisano. Governadores, Prefeitos e Inspetores estão sendo chamados ao júri e têm sido condenados pelos delitos que cometeram contra a população.
No legislativo a situação é idêntica, 18 congressistas já estão presos, entre Senadores e Representantes da câmara, Deputados estaduais e Conselheiros municipais estão sendo julgados por narcotráfico, paramilitarismo e múltiplos homicídios.
As Forças Armadas se encontram em sua maior crise da história, foram destituídos mais de 30 generais e centenas de oficiais e sub-oficiais comprometidos com o narcotráfico e a guerra suja contra o povo; são comuns as operações “positivas”, que matam qualquer pessoa, a colocam em um uniforme, lhe dão um fuzil e a fazem aparecer como guerrilheiro; em vários quartéis foi denunciado a tortura que oficiais e sub-oficiais infligem à cidadãos e soldados.
Altos oficiais da polícia estão comprometidos na devolução de carregamentos de coca apreendidos dos narcotraficantes; grampearam os telefones dos dirigentes políticos, sindicais, jornalistas, artistas e altos funcionários do governo como o Comissionado da Paz e funcionários da OEA. Ao não poder ocultar tanta corrupção foram destituídos 12 generais em um só dia.
O chefe do (DAS) Polícia Política, Jorge Noguera, está acusado de ser uma ficha de Jorge 40, reconhecido chefe paramilitar e narcotraficante da Costa Atlântica. Hoje se encontra detido em regime fechado sem o direito de ir para casa.
A Procuradoria foi penetrada pelo paramilitarismo e o ex-procurador geral da Nação, Camilo Osorio é investigado pela relação com tal organização criminal. Muitas das investigações que foram realizadas nesse órgão eram dirigidas por um mandante. As cortes se enfrentam entre si, a Corte Constitucional contra a Corte Suprema de Justiça e estas duas contra o Conselho de Estado.
Os partidos políticos Liberal e Conservador, que governaram o país alternadamente nos últimos 180 anos, se encontram falidos e não é para menos, pois são responsáveis pela crise social, econômica e política pela qual estamos atravessando.
O movimento sindical segue sendo duramente golpeado. Nos 5 anos de mandato de Álvaro Uribe Vélez, foram assassinados 540 dirigentes sindicais, uma média de 108 mortes por ano, enquanto Uribe mente ao mundo dizendo ter abaixado a morte de sindicalistas em seu governo. O massacre não se limita aos dirigentes, também as organizações sindicais foram desaparecendo de forma contínua, o que faz diminuir o número de afiliados aos sindicatos; no ano de 1990, a porcentagem de afiliados era de 14% e hoje é de 4,5% segundo a estatística da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT). Têm motivado essa queda o assassinato de sindicalistas, a privatização de dezenas de empresas do Estado e a “reengenharia” das privadas.
Tal qual aconteceu com o movimento estudantil, cooperativo, comunal e indígena, seus dirigentes foram assassinados, desaparecidos ou desterrados pelos agentes do terrorismo de Estado.
Os planos Colômbia, Patriota, Victória e outros foram um fracasso dos senhores George Bush e Álvaro Uribe Vélez. Várias vezes foi tentado o resgate pela via militar aos prisioneiros de guerra e em todas fracassou, a última tentativa foi no dia 18 de junho de 2007, tendo como resultado a morte dos 11 deputados que se encontravam em poder das FARC há 5 anos. A quem serve essa ação estúpida? À guerrilha, que cuidava há 5 anos da vida deles para um intercâmbio humanitário! Ou ao governo, que desde o primeiro momento ordenou o resgate pela via militar sem se importar com a vida dos prisioneiros.
Lembremos agora como foram as ações: em finais de maio o presidente disse aos meios de comunicação que colocaria em liberdade mais de 300 guerrilheiros das FARC. O Presidente da França, Nicolas Sarkozy falou por telefone com o presidente Uribe e lhe pediu a libertação de Rodrigo Granda Escobar, aparentemente sem muita resistência Uribe aceitou, anunciando ao país que obedecia razões de Estado. Ninguém entendeu o que estava acontecendo e qual era a razão de Estado para que com uma simples chamada se aceitasse libertar um dos guerrilheiros que a qualquer momento e devido à política seguida pelo presidente Uribe poderia ser extraditado aos EUA ou ao Paraguai. O processo seguiu, Rodrigo Granda foi libertado no dia 4 de junho de 2007, e levado à Havana no dia 19 de junho sem nenhuma “condição”.
Para aumentar o mistério o Grupo dos 8 que se reuniu em Heiligendamm, Alemanha, respaldou a ação de Álvaro Uribe Vélez, e de quebra reconheceu que na Colômbia existe um conflito quando pontualizou; “os chefes de Estado e de governo do G-8 formulam o desejo por uma solução humanitária que poderia abrir o caminho para retomar um processo de paz em benefício de todo o povo colombiano”.
Nada ficava claro, que mudança havia ocorrido na política de Bush para assinar um documento apoiando a liberdade de um membro de uma organização homologada como terrorista?
O seguinte trecho do comunicado do Comando Conjunto do Ocidente esclarece a situação.
“O Comando Conjunto do Ocidente das FARC informa que no dia 18 do presente mês, 11 deputados da Assembléia do Valle que detivemos em abril de 2002, morreram em meio ao fogo cruzado quando um grupo militar sem identificação até o momento, atacou o acampamento onde se encontravam”
O G-8 havia julgado o destino das FARC na reunião, de uma parte se mostrava a magnanimidade do presidente Uribe e ao mesmo tempo demonstrava a capacidade militar para derrotar definitivamente a guerrilha. O mundo o apoiava, os do G-8, o Papa, a ONU, a OEA, a social-democracia, os esquerdistas vergonhosos, alguns revolucionários guardariam silêncio e diriam passivamente: pobrezinhos! Não tem alternativa! Às FARC, derrotadas e humilhadas, não resta nenhuma opção senão a de sentar-se e negociar sua capitulação.
Mas acontece que a Colômbia não é Uganda, não é a Embaixada do Japão no Peru... e o plano fracassou.
Agora tratam de converter sua derrota em vitória. Os meios de comunicação em poder dos grupos econômicos, os colunistas pagos, os jornalistas sensacionalistas, os intelectuais “independentes” todos uniformemente condenam as FARC pelo “massacre”.
Senhores, os convidamos à reflexão: que foi o responsável pela morte de 300 mil colombianos de 1948 a 1953? Quem foi o responsável pelo massacre contra a União Patriótica de 1986 até os nossos dias? Quem é o responsável pelo massacre de mais de 2.500 dirigentes sindicais em 10 anos? Entre eles 540 no mandato de Álvaro Uribe Vélez. Quem é o responsável pelas expulsões de mais de 3.5 milhões de colombianos, de suas veredas, seus municípios, seus estados e seu próprio país?
Quem organizou os grupos paramilitares desde 1948 até nossos dias.
Lamentamos a morte dos 11 deputados, levamos mais uma vez as condolências aos familiares e amigos das vítimas.
Condenamos as operações encobertas dirigidas por oficiais da CIA que se encontram dirigindo o Plano Colômbia, Patriota, Victória, Consolidação e outros.
Chamamos aos colombianos e a comunidade internacional a lutar pelo intercâmbio humanitário e à saída política ao conflito social, político e armado que vive na Colômbia há mais de 50 anos.
Pedimos a solidariedade com os 5 patriotas cubanos, os 11 mil palestinos, entre eles 100 dirigentes, os porto-riquenhos, os paraguaios. E em especial, Sonia e Simón, todos presos políticos pagando injustas penas.
PELA NOVA COLÔMBIA A PÁTRIA GRANDE E O SOCIALISMO
FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA COLÔMBIA EXÉRCITO DO POVO
FARC-EP
COMISSÃO INTERNACIONAL. Julho 2007
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Sexta-feira, 27 de Julho de 2007
Jornada do 20 de Julho na Suíça: crônica
Marcadores: conflito armado
[Jhony Silva/William Ortiz/Colaboradores ANNCOL/Suíça]
Desde as oito da manhã, as ruas do centro de Berna se encheram de folguedos, com o tan! tan! tan! dos tambores colombianos. Com ares musicais, os colombianos iniciaram a jornada de denúncia, de protesto contra a Parapolítica, exigindo solução política ao conflito colombiano. Os cidadãos suíços se aglutinaram em torno do estande de informação sobre a situação de DDHH na Colômbia, ali escutaram atentos os testemunhos das vítimas do terrorismo de Estado, sobreviventes de massacres, sindicalistas expulsos do país, campesinos e dirigentes populares. Com cartazes e comunicados em todos os idiomas oficiais da confederação, os colombianos mostraram a verdadeira cara do regime narcoparamilitar. Uma cidadã suíça, mãe de dois colombianos adotados, nos dizia, indignada, "num país civilizado, os presidentes caem por menos, o regime colombiano não tem apresentação".
Os colombianos chegaram de ônibus, massivamente, desde os diferentes rincões suíços. A solidariedade de sindicatos, organizações políticas e grupos de trabalho foi fundamental para a realização do evento. A todos eles, muito obrigado. Sendo a uma da tarde, chegou o ônibus da suíça francesa, com gritos Uribe paraco o povo está zangado! E Uribe fascista, paraco e terrorista!, as crianças com suas bandeiras tricolores se foram apoderando das ruas, com borboletas de cores onde se podia ler: " Contre le regime paramilitaire: resistance". Passada a uma da tarde, chegaram os da suíça alemã. Os colombianos tomaram as ruas, saiam como formigas e as palavras de ordem atraíam os cidadãos que indagam pela situação colombiana, "a mim me deixaram sem papai os paramilitares, os mesmos que ajudaram a eleger Uribe", diz Vanesa, enquanto ajuda a distribuir os volantes. No espaço, se fizeram presentes sindicalistas suíços e internacionalistas preocupados pela situação colombiana.
Sendo as 4 da tarde, deu-se início à manifestação na "waisenhausplatz"; ali, pudemos ver, frente ao parlamento suíço, um grupo de pessoas com lençóis brancos, e bolsas plásticas,jeitadas frente ao parlamento, a imagem era patética e nos fez lembrou os milhares de campesinos, estudantes, sindicalistas assassinados pelos falsos positivos das ff.aa. e, porquê as bolsas negras, que significam, nos perguntou uma família suíça, que se refugiava do calor numa fonte de água. "essas figuras representam os resgates militares que ordenou o presidente", respondemos-lhes "são os colombianos massacrados, são os prisioneiros de guerra regressando à casa em bolsas plásticas pela prepotência do regime de negar-se ao intercâmbio". uribe fascista, paraco e terrorista! gritam os presentes.
Os manifestantes tomaram rumo à embaixada colombiana, e lá chegaram com suas palavras de ordem a voz encuello. no trajeto, um sindicalista suíço fez uso da palavra para denunciar os efeitos da guerra na colômbia, os manifestantes aplaudiam, enquanto a polícia suíça controlava o tranco nas ruas da capital helvética. uma refugiada colombiana toma o megafone e denuncia os efeitos do tlc para o campo colombiano, também a destruição dos produtos da agricultura familiar pelos efeitos das fumigações.
Quando os manifestantes chegaram frente à embaixada, a polícia antimotins suíça havia encordoado a área, o regime havia pedido proteção, estavam cagados de medo, temiam um assalto à embaixada, "tememos que queimem a embaixada, são terroristas", dizem que havia dito a embaixadora à segurança suíça. Sabemos, por exemplo, que a embaixada espia os colombianos.Sempre os regimes totalitários têm demonstrado medo, medo frente aos poetas, frente a uma canção de protesto, frente a um líder campesino, e o que não dizer frente a uma multidão, por isso reprimem. A repressão dos regimes totalitários é uma mostra mais de quão frágil é o totalitarismo. Por isso, o regime pediu à polícia suíça algo que o regime nunca proporciona, segurança, proteção.
Frente às barreiras de aço que protegiam a embaixada, um dirigente social colombiano exigiu ao regime explicação por nomear a "um bom rapaz", "a um membro de uma família honorável": Jorge Noguera à frente dos serviços secretos do estado (DAS), tão "honorável é" e "tão bom rapaz" que fornecia lista de opositores políticos aos paramilitares, para que estes os assassinassem. E que tal a CONCHI, disse o dirigente, Maria Consuelo Araújo – presidenciável, segundo Uribe – filha e irmã de paramilitar, dizem que representando a Colômbia ante o mundo, sem ruborizar-se, quota política de Jorge 40. A multidão aplaudia e gritava: se vive, se sente, se cai o presidente! Se vive, se sente, se cai o presidente! A uns quantos metros daí, protegido pela polícia suíça, o cônsul colombiano escutava em silêncio as palavras de ordem, e, para que aos habitantes do setor lhes ficasse claro a que iam os manifestantes, as palavras de ordem se escutaram também em alemão. Depois, tomou a palavra um internacionalista suíço, que ilustrou a situação desastrosa da Colômbia em matéria de DDHH. Sua intervenção dava conta do bem informada que está a opinião pública suíça sobre a situação da Colômbia.
Os manifestantes – dois nacionais e um cidadão suíço – lhe fizeram entrega em suas próprias mãos ao cônsul colombiano um documento que sintetiza o sentir do exílio colombiano; solução política ao conflito, justiça, verdade e reparação para as vítimas do paramilitarismo, intercâmbio humanitário já, contra a Parapolítica e não à lei de justiça e paz, considerada por eles monumento à impunidade para os crimes paramilitares. Ao cônsul, os marchantes manifestaram-lhe que não eram eles os causadores da má imagem do regime, que eles não eram terroristas e que amavam a sua pátria. Que, contrário a isso, era o regime colombiano o culpável de sua má imagem no mundo, por sua política sanguinária e repressiva contra os opositores políticos, e seus fortes laços com os paramilitares e mafiosos. Todos vimos a vergonha do cônsul, é difícil defender o indefensável.
Ato seguido, os manifestantes se dirigiram ao Treffpunkt Wittigkofen para a jornada cultural; durante o trajeto, um aguaceiro de Verão surpreendeu os colombianos, depois da manifestação. São Pedro está contra a Parapolítica – brincaram alguns – porque, durante a manifestação, Berna luziu um sol radiante, o mesmo sol que esperamos brilhe para nossos compatriotas, que sobre o território resistem contra o regime e contra a arremetida paramilitar. Na noite, escutamos a riqueza de nossos ares musicais, viajamos pelo plano, a grito de harpa llanera, depois à costa pacífica ao ritmo de caderona e, logo, à atlântica. Minha "Negramenta" estava com o ritmo cardíaco alterado, e os suíços amigos da Colômbia saltavam com guabinas, joropos e currelaos, e não podiam faltar os argentinos, sempre por todos os lados, depois do corralito, milongas à direita e esquerda e todos com a sensação do dever cumprido: Uribe paraco, o povo está zagando.
Uribe paraco, o povo está zangado.
E,
Uribe fascista, paraco e terrorista.
Uribe fascista, paraco e terrorista.
Definitivamente, não foi um 20 de julho qualquer.
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Uribélez quer transformar San Andrés num porta-aviões Yanki
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É a idéia sinistra do regime uribista e do Comando Sul, expressa no aparatoso desfile militarista em 20 de julho no arquipélago de San Andrés y Providencia: Diante da possibilidade de ter que entregar a base de Manta ao governo democrático e progressista do Equador, vão converter a formosa ilha de San Andrés num porta-aviões do US Army no Caribe, que lhe permita apontar ainda mais seu domínio na região e amedrontar diretamente os revolucionários sandinistas e a outros movimentos progressistas centro-americanos.
O império e suas garras no Caribe e América Latina!
[ANNCOL]
É a idéia sinistra do regime uribista e do Comando Sul, expressa no aparatoso desfile militarista em 20 de julho no arquipélago de San Andrés y Providencia: Diante da possibilidade de ter que entregar a base de Manta ao governo democrático e progressista do Equador, vão converter a formosa ilha de San Andrés num porta-aviões do US Army no Caribe, que lhe permita apontar ainda mais seu domínio na região e amedrontar diretamente os revolucionários sandinistas e a outros movimentos progressistas centro-americanos.
Seguem o exemplo das ilhas Caimán ou das Bahamas. Transformam o arquipélago em outro "Paraíso Fiscal" da região, que lhes permita lavar a multimilionária quantidade de dólares que a máfia paramilitar uribista está aportando de forma massiva à economia colombiana e que, então, apresenta como maravilhosas cifras do crescimento econômico.
Não é nenhuma defesa da soberania nacional. Se disso se tratasse, bastaria reconhecer as legítimas reivindicações dos nativos e demais moradores do arquipélago que há muitos anos vêm reclamando ao governo central da Colômbia, da mesma forma que os indígenas do continente e os afro-descendentes, em relação as suas culturas e territórios ancestrais.
Porém, isso não existe. Os moradores não nativos têm sido deslocados pela máfia narcoparamilitar que assim como tomou o resto do Estado colombiano, também, apoderou-se das ilhas já mencionadas, convertendo-as numa estação intermediária para o narcotráfico até Porto Rico e os Estados Unidos. Eles olham todos os dias os embarques aéreos e marítimos que com a cumplicidade das autoridades portuárias saem das ilhas. Trata-se então de legalizar um fato cumprido. Acaso o navio Gloria, insígnia da marinha colombiana, não foi flagrado em duas oportunidades carregado com cocaína e heroína: e o avião presidencial de Samper com um pacote (imaginem) no nariz?
Um porta-aviões barato aos interesses ianques. As molas de aço, de bombas convencionais e mísseis com cargas nucleares custam ao erário estadonidense uma fortuna em dólares. Segundo especialistas, o montante de porta-aviões Nimitz equivalia no ano de 2005, a cinco vezes mais do que cresceu a dívida ianque nos cinco anos anteriores e ao qual há que somar os custos do que valem os outros nove aviões.
É inadmissível que a Colômbia, conduzida pela oligarquia narcoparamilitar encabeçada por Uribe Vélez, continue sendo a pária dos povos latino-americanos. Se no ano de 1902 venderam o estado de Panamá por 20 milhões de dólares que receberam 20 anos mais tarde, e ninguém disse nada; nesta ocasião o povo trabalhador da Colômbia utilizando todas as ações de massas, fará até o impossível para rechaçar e obstaculizar a pretensão uribista-ianque.
Chamamos, daqui a todos os moradores de San Andrés y Providencia a que unidos em torno de suas reivindicações culturais e territoriais, manifestem seu repúdio massivo ante a possibilidade de ver convertida sua bela ilha num porta-aviões do exército gringo e um paraíso fiscal de narcodólares da máfia palaciana de Bogotá.
E todo o povo colombiano e suas organizações populares e movimentos de oposição ao uribismo a que não se deixem arrastar a uma discussão falsa e caluniosa sobre a combinação das formas de luta. Cada macaco no seu galho. O que o governo está buscando é paralisar o movimento democrático popular e de massas em suas mobilizações reivindicativas. É hora de buscar coincidências.
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Quinta-feira, 26 de Julho de 2007
Colômbia recusa o visto de saída ao ganhador do prêmio de direitos humanos e sindicais
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“Os docentes de todo o mundo pedem ao governo da Colômbia que mostrem seu respeito pela legislação internacional sobre direitos humanos e sindicais libertando a Raquel Castro, e concedendo-lhes, a ela e a Samuel Morales, o direito a viajar a nosso Congresso e aceitar em pessoa este prêmio”, disse Thulas Nxesi, Presidente da IE. Ele disse: “segue aplicando-se uma estratégia militar-paramilitar coordenada, que tem por objetivo desprezar o trabalho destas pessoas, tanto por meio de sua eliminação física como tentando desacreditar a legitimidade das atividades sindicais”.
Títere...
[Por Europa Press]
“Ao reconhecer esta honra a Raquel Castro e Samuel Morales, a IE também reconhece neles aos milhares de docentes e sindicalistas colombianos que têm pagado com sua liberdade e, inclusive, com suas vidas para exercer seus direitos sindicais, obter justiça social e educação de qualidade para todas as crianças colombianas”, acrescentou Nxesi.
Num e-mail aos companheiros docentes e defensores dos direitos humanos, Morales disse que tanto Castro como ele queriam compartir o prêmio com eles.
“Este prêmio representa o sacrifício e esforço de muitos homens e mulheres que entregaram sua vida e sua experiência à defesa dos direitos fundamentais. É também um reconhecimento aos que nos ensinaram e guiaram neste árduo trabalho”, escreveu Morales.
Os dois colombianos foram selecionados para o prêmio por sindicatos de docentes de Reino Unido e Austrália em reconhecimento a seu enorme valor e compromisso frente à repressão. Colômbia segue sendo o lugar mais perigoso do mundo para ser sindicalista. A Comissão Colombiana dos Direitos Humanos inclui a 33 sindicalistas docentes assassinados nesse país no ano passado, e faz tão somente um mês outro docente foi assassinado.
Este mês, Anistia Internacional emitiu um informe de 55 páginas intitulado Homicídios, detenções arbitrárias e ameaças de morte: a realidade do sindicalismo em Colômbia. Nele, Anistia declarou que “segue aplicando-se uma estratégia militar-paramilitar coordenada, que tem por objetivo desprezar o trabalho destas pessoas, tanto por meio de sua eliminação física como tentando desacreditar a legitimidade das atividades sindicais”.
Morales e Castro são docentes e funcionários eleitos da Confederação Sindical de Colômbia (CUT) em Arauca, uma região rica em petróleo da zona noroeste da Colômbia, onde as pessoas indígenas e campesinas têm sofrido abusos aos direitos humanos e têm sido arrancados de suas terras. Seu único “delito” tem sido implicar-se numa campanha democrática e pacífica promovida pela CUT para proteger o meio ambiente e a segurança de suas comunidades.
Os dois docentes foram capturados em 5 de agosto de 2004, após uma operação militar na qual viram como soldados do governo assassinavam a outros três ativistas sindicais. Estavam condenados por “rebelião” em novembro de 2006, apesar das grandes dúvidas sobre a confiabilidade das provas contra eles, especialmente desde que nenhum acusado tinha advogado nem conhecimento dos julgamentos ocorridos. Morales apelou da condenação.
Morales foi libertado em 28 de abril de 2007, porém Castro segue em prisão apesar de haver estado detida mais tempo do que permite a lei antes da posta em liberdade condicional.
“Alegra-nos a libertação de Samuel Morales, porém há uma profunda preocupação de que sua família e ele estejam em alto risco de sofrer um ataque por paramilitares que já lhes ameaçaram antes. A Internacional da Educação se une a Anistia em sua petição às autoridades colombianas de que garantam a segurança de ambos os docentes e seus familiares”, disse Nxesi.
Para mais informação, comunique-se com Nancy Knickerbocker, coordenador de EI de comunicações, tel +49-176-1683-1175 ou Nancy.Knickerbocker@ei-ie.org
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Segunda-feira, 23 de Julho de 2007
Os trágicos efeitos da mentira oficial
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Ao argumentar oficialmente, o governo do Mini-Führer, que não se deu uma operação militar, aplica várias opções, ante o constante assédio e intenção de resgatar a sangue e fogo os detidos, em cumprimento às reiteradas e esquizofrênicas ordens do Narco-Para-Presidente. Uma: negar a autoria da tentativa de resgate ante o seu fracasso.
As FARC a espera de resposta oficial para a entrega dos corpos dos deputados!
[Melquizedec Torremolinos/ANNCOL]
Não termina o assombro pelo desenlace fatal de 11 dos detidos pela Insurgência. O ataque ao acampamento onde se encontravam foi obra de um grupo armado, não identificado, que trouxe consigo a morte dos 11 ex-deputados de El Valle, por fogo cruzado. Porém, do outro lado está a versão do “Eu Não Fui”. Ao argumentar oficialmente, o governo do Mini-Führer, que não se deu uma operação militar, aplica várias opções ante o constante assédio e intenção de resgatar a sangue e fogo os detidos, em cumprimento às repetitivas e esquizofrênicas ordens do Narco-Para-Presidente. Uma: negar a autoria da tentativa de resgate ante o seu fracasso.
O conhecimento de tal operação é de prerrogativa exclusiva do presidente e sobretudo um alto colaborador seu. Obedece a uma ação encoberta com a participação de um Comando estrangeiro, super-especializado, que pelo caráter extremamente delicado e pelos efeitos contra a Soberania Nacional, para quem maneja o país com um estilo mafioso de dono de fazenda de gado, será um “segredo de estado” que guardará rigorosamente; sem saber que lhe apareça algum “Garcia” que revele tudo, ou talvez por algum deslize de sua clássica verborréia boquirrota ele mesmo se delate. Dois: o macabro argumento oficial dá resultado; motivo pelo qual o seguirá aplicando sucessivamente, com os efeitos chocantes de baixas entre os detidos pela Insurgência, resultado do fracasso de operações e assim desvirtuar a realização do Intercâmbio por subtração de matéria. QUER DIZER: AO NÃO EXISTIR DETIDOS, NÃO HÁ INTERCÂMBIO POR PRESOS POLÍTICOS.
Partindo do legítimo interesse político pela Insurgência para a materialização do Acordo ou Intercâmbio Humanitário, é um requisito sine qua non, sua responsabilidade por manter vivos os detidos. Que dizer: a relação direta entre a existência de detenções políticas para a obtenção de presos políticos e guerrilheiros na Colômbia coloca essa ação armada da Insurgência como ativa, latente e prioritária. Explicável pelo quanto foi prioridade da Insurgência o respeito à vida, como resposta ao genocídio aplicado pela Oligarquia e o Império contra os lutadores e opositores na política ampla e de massas.
O cenário do conflito armado na Colômbia requer análises desde variados aspectos. Um deles destaca como a prática de detenção de pessoas por motivos políticos.
Desde o ponto de vista da legislação penal colombiana se contempla o delito de seqüestro por fins econômicos e seqüestros por motivos políticos. Obedece a um pressuposto fático da realidade colombiana. O ELN, por exemplo, condiciona um cessar-fogo com o atual governo e se compromete à não prática de deter pessoas com fins econômicos. Nesse experimento, por seis meses, nada lhe impede a detenção de pessoas com caráter político. Por mais que o deseje o alcaide Garzón de Bogotá, no sentido que erradique a prática política da detenção (ou seqüestro) de pessoas; a existência da luta armada pelo poder na Colômbia presume o uso e aplicação desse meio.
Em ocasiões temo-nos referido à progressiva diminuição de detenções com fins econômicos da Insurgência. O porta-vozes do ELN, por exemplo, explicam com que eles são demasiado econômicos e podem propor sobreviver com ajuda internacional, para seu funcionamento, enquanto adiantam um processo de negociação com o governo do turno. No caso das FARC-EP, dada sua infra-estrutura e sobretudo por sua vocação não claudicante de Poder Popular, é mister considerar outros aspectos como o de suas leis impositivas, tais como a 01 e a 02, atualmente vigentes.
Que fica depois da desocupação militar de Pradera e Florida.
A gravidade do acontecido no país colombiano exige rapidez – para e durante o tempo de desocupação militar – a fim de não haver nenhuma classe de condicionamento pela partes tratantes: Insurgência das FARC-EP e governo – sob a prática de “Dando e Entregando”, liberte-se os presos políticos e guerrilheiros dos cárceres da Colômbia e do Império e, por outro lado, liberte-se todos os detidos por motivos políticos, incluindo a entrega dos despojos mortais dos que faleceram durante o catriveiro.
Com antecipação temos explicado que ao regime do Mini-Führer havia passado o quarto de hora no mister de condicionar ou ambientar, subseqüentemente, um processo de negociação em busca de uma saída política para o conflito colombiano e deter o escalonamento de guerra civil. Como estão as coisas, Solução e Vitória são descartadas.
Após a desocupação militar do território acordado, da entrega dos detidos e dos despojos mortais, pessoalmente vejo distante as condições para o início de um processo de negociação com um governo espúrio, falsário, de desrespeito até com seus aliados, ilegítimo e de entronização do narco-paramilitarismo em seus destinos. Continua na ordem do dia a renúncia do Mini_Führer, sua saída. A concretização de um acordo nacional com um Governo de Transição que promova o início de uma mudança revolucionária e de fundo por uma Nova Colômbia.
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