segunda-feira, 10 de setembro de 2007

menbro brasileiro

MEMBRO BRASILEIRO DA COSA NOSTRA

BRASILEIRO NACÚPULA DA MÁFIA .
*IBGF.


A melhor definição acerca de Antonino Salamone foi dada por Tomasso Buscetta: é uma esfinge. Tão sútil, que pessoa alguma consegue decifrá-lo.
Condenado defintivamente por tráfico internacional de drogas e por ser mafioso, recebeu Salamone, em 1992,a pena de doze <12> anos de reclusão.
Esperto, já possuía a cidadania brasileira. Cuidou de obter a cidadania para tentar livrar-se de condenações pela Justiça Italiana e aparentar estar distante das operações terroristas da
Máfia, determinadas pelo sanguinário Totó Riina, apelidado "Ù Curtu"< o pequeno> ou "La Belva"
Agora, portanto, consegue driblar o Estado Italiano, evitando a execução da sentença e a extradição.
Participou, morando em São Paulo, no bairro do Paraíso, de um esquema gigantesco de tráfico de heroína e lavagem de dinheiro, que chegou a preocupar o Fundo Monetário Internacional.
O esquema de bilhões de dólares envolvia, diretamente, Itália, Estados Unidos e Suiça, que era o país da lavagem do dinheiro da heroína. Por via oblíqua, envolveu Venezuela e Brasil, que, frise-se mais uma vez, concedeu cidadania e abriga, em seu território, Salamone. Os governos dos USA e Itália montaram a famosa operação Pizza Connection e, com exceção de Salamone, todos os demais envolvidos foram presos.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o velho Gaetano Badalamenti foi condenado à pena de trinta anos de reclusão. Com seus setenta e três anos de idade encontra-se preso. Era amigo de Buscetta e Salamone. Freqüentador de Copacabana e também um dos governadores da Cosa Nostra até o início da segunda grande guerra mafiosa <1981 a 1983>, nunca foi notado pelas autoridades brasileiras.
Nas investigações realizadas em razão da operação Pizza Connection, deflagrada pelo juiz Giovanni Falcone, descobriu-se os bancos suiços onde Salamone mantinha contas e sacava dinheiro. Quando ingressava na Suiça, esquecia-se da condição de brasileiro naturalizado e declarava-se italiano.
Vários cheques que emitiu encontram-se copiados fotostaticamente no processo italiano onde foi condenado. Existem testemunhos de policiais e filmagens da sua presença, ora com o irmão, ora com o filho brasileiro, na Suiça.
Salamone é conhecido, também, como "il furbo", ou seja, o super espertalhão, capaz de enganar qualquer pessoa. Enganou o governo brasileiro, obtendo naturalização apesar de condenado definitivamente na Itália. Fugiu, quando cumpria pena em regime aberto, com obrigação de permanência obrigatória no território siciliano.
Procurado na Itália, conseguiu, apesar dos seus antecedentes, a naturalização no Brasil.
No livro Cose de Cosa Nostra, elaborado pela jornalista Marcelle Padovani depois de colher entrevistas e escritos de Giovanni Falcone, são apresentados quadros com os nomes dos integrantes da Cúpula de Governo da Cosa Nostra. Pois bem, Salamone, nascido em 1918, é citado como integrante do governo em 1963; 1974;1975;1976; 1977; 1978;1979 e 1980. Quando dirigia a Máfia, a partir de 1974, já ostentava a condição de cidadão brasileiro, empresário no ramo da construção civil e morador na Capital de São Paulo.
Na Itália, Salamone comandava a celula mafiosa < "famiglia"> de San Giuseppe di Iatto. Nos períodos que fugia da Justiça Italiana e refugiava-se no Brasil, aqui como cidadão brasileiro, deixava em San Giuseppe di Iatto seu lugar-tenente Bernardo Brusca.
Encontra-se Bernardo Brusca encarcerado em face de condenação à prisão perpétua. Participou de vários atentados, inclusive daquele onde foi morto Giovanni Falcone, em 23 de maio de 1992.
O filho Giovanni Brusca Brusca assumiu o lugar do pai Bernardo. Giovanni Brusca, que acionou o telecomando fazendo explodir o carro em que viajava Falcone, a mulher Francesca e três policiais da escolta, todos mortos, foi preso no último dia 23 de maio de 1996. Era o responsável pelo comando do exército terrorista mafioso, executando as ordens, de Totó Riina, o chefe dos chefes e Micchelee Grecco , conhecido, dentro e fora da organização criminosa, como o Papa.
Como não poderia deixar de ser, Antonino Salamone foi casado com a irmã de Totó Riina, apelidado de " A Besta" por ser sanguinário. Em primeira núpcia tinha esposado a falecida a irmã de Salvadore Grecco . Salvatore Riina encontra-se encarcerado em presídio de
segurança máxima e condenado à prisão perpétua. Os dois filhos de Salamone vivem no
Brasil.
Voltando a Giovanni Brusca. da célula de Salamone deSan Giuseppe di Iato, sequestrou o filho de sete anos de Santo Di Matteo, por ter o pai tornado-se colaborador da justiça. Durante quatro anos a criança, Giuseppe Di Matteo, permaneceu em cativeiro. Quando o seu pai confirmou, em juízo, suas anteriores declarações, o mafioso Giovanni Brusca, em represália, estrangulou o menino com as próprias mãos.
Depois do estrangulamento do menino Giuseppe, de onze anos, dissolveu o corpo em ácido. Em breves pinceladas, assim comporta-se a "famiglia mafiosa" de San Giuseppe di Iato, anteriormente guiada por Antonino
Salamane, conhecido na organização por "Don Tonino".
Quando começou a sua colaboração com a Justiça Italiana, contou Tomasso Buscetta que as ordens da Cúpula tinham de ser cumpridas, sem discussões. Mais contou: ninguém, salvo Antonino Salamone, conseguiu enganar a cúpula mafiosa. E Salamone descumpriu ordem da cúpula simulando ter sido preso, quando voluntariamente entregou-se ao policial da cidade de Africo, na Calabria. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal, pelo voto do Ministro Marco Aurélio, negou, por maioria, a extradição de Antonino Salamone ao governo italiano. O acórdão ainda não foi publicado, mas, para os que assistiram o julgamento, reconheceu-se a prescrição dos crimes de tráfico internacional de heroína e de associação mafiosa.
Em síntese: a Máfia já foi governada de São Paulo. *Wálter Fanganiello Maierovitch é fundador e coordenador de pesquisas do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais Giovanni Falcone.


*Izilda Alves-jornalista e membro do Conselho Consultivo do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais Giovanni Falcone.
*Instituto Brasileiro Giovanni Falcone.

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