segunda-feira, 10 de setembro de 2007

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Presos Políticos do Império| MIAMI 5









por alemão


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N O T Í C I AS
Havana. 21 Maio de 2007



Robert Kennedy investigava a CIA e as gangues cubana e ítalo-americana pelo assassinato de seu irmão

• Dois meses antes de ser também assassinado, tinha certeza — quando conseguiu a candidatura democrata à presidência e anunciou que abriria novamente o processo — de que as tentativas de culpar Cuba do magnicídio faziam parte de um complô desses grupos, os possíveis autores, segundo evidências que apontam para a proteção da família Bush ao terrorista Posada Carriles

POR GABRIEL MOLINA

AS suspeitas recém-reveladas de Robert Kennedy sobre a participação das gangues de origem cubana e italiana a serviço da CIA no magnicídio de seu irmão, são novas evidências da proteção da família Bush ao terrorista Luis Posada Carriles.


Robert Kennedy morto no Hotel Ambassador, de Los Ángeles, dois meses depois de dizer que reabriria o processo do magnicídio
O diário Chicago Tribune publicou que Roberto F. Kennedy suspeitou e começou a investigar desde o primeiro momento, em 22 de novembro de 1963, que o assassinato do presidente foi uma conspiração desses grupos, pois ele conhecia muito bem o móbil, por ter trabalhado com eles para derrubar Fidel Castro e asfixiar a Revolução cubana, depois do fracasso da Baía dos Porcos.

EM SILÊNCIO TEVE QUE SER

As revelações aparecem publicadas num artigo desse diário, no domingo, 13 de maio, do escritor David Talbot, sobre seu livro Brothers; The Hidden History of the Kennedy Years, editado nestes dias pela famosa firma Simon and Schuster.

Robert Kennedy aprendeu que em Washington o melhor era guardar segredo quando se trabalhava em algo importante. Por isso, desinformou durante vários anos dizendo que nenhuma investigação traria seu irmão de volta. Mas realmente, desde essa tarde do magnicídio, se podia ir ao encalço de sua investigação, já que começou logo a ligar de sua casa em Hickory Hill, e a convocar seus ajudantes principais para investigar o crime.

O então secretário de Justiça concluiu que o caminho do atentado estava muito longe do ex-fuzileiro Lee Harvey Oswald, que já tinha sido detido. Desta forma, tornou-se secretamente o primeiro — e mais importante — teórico da conspiração assassina.


No centro, dois dos três agentes da CIA que “por acaso” se encontravam no Hotel Ambassador no dia do assassinato de Robert Kennedy
“Fontes da CIA começaram a espalhar sua própria versão da conspiração desde as primeiras horas do crime, focalizando-a na defecção de Oswald para a União Soviética e seu suposto apoio a Fidel Castro, que predicava um grupo organizado secretamente pela Companhia com o código secreto AMSPEL”, relatou Talbot.

Esse chamado Diretório Estudantil difundiu uma gravação que, segundo diziam, tinham feito a Oswald, em que defendia o líder cubano em Nova Orleans. Alegavam que o suposto assassino tinha vínculos com o Comitê de Justo Tratamento a Cuba.

“Mas, Robert Kennedy jamais acreditou que o assassinato tinha sido um complô comunista. Ele olhava em direção contrária, enfocando-o para suas supeitas sobre as secretas operações anti-Castro da CIA no baixo mundo no qual ele tinha navegado como homem ponteiro de seu irmão sobre o tema de Cuba. Ironicamente, as suspeitas de Robert surgiram por ele ter feito a parte do trabalho que lhe correspondia: provocar a derrubada de Fidel Castro”.

Nessas tarefas que o presidente Kennedy lhe encomendou depois da fracassada invasão, conheceu a imundícia de intrigas constituída pelos elementos que participavam do complô para assassinar o presidente de Cuba. Chamou especialmente sua atenção o plano organizado pela CIA com os gânsteres cubanos e os chefões mafiosos ítalo-americanos John Rosselli, Sam Giancana e Santos Trafficante.

Nos primeiros anos de 1950, Robert Kennedy tinha perseguido estes e outros chefões, como conselheiro do Comitê Especial do Congresso que investigava os mafiosos e como secretário de Justiça no governo de seu irmão. Também sabia que os três grupos odeiavam e qualificavam de traidores os Kennedy, pelo desenlace da Baía dos Porcos em 1961 e pela Crise dos Mísseis em 1962.

O SUSPEITO MUNDO SINISTRO DE MIAMI

Do sinistro mundo de espiões, gânsteres e terroristas cubanos de Miami, foi onde Robert Kennedy teve em seguida suspeitas no mesmo 22 de novembro. Nos anos seguintes, até seu próprio assassinato, em 5 de junho de 1968, compilou um “impressionante conjunto de evidências que justificam por que Robert se viu obrigado a olhar nessa direção”.

A mais recente evidência aparecida, além dos testemunhos no Congresso, os documentos descartados do governo e até as confissões escuras, foi a revelação do destacado espião falecido em janeiro, E. Howard Hunt. O organizador dos encanadores de Watergate admite no seu livro publicado postumamente American Spy, que a Companhia pôde estar envolvida no magnicídio. Em notas manuscritas e numa gravação deixada antes de morrer, foi mais longe, pois admitiu que em 1963 ele participou de uma reunião com membros da CIA numa casa de segurança em Miami, onde se discutiu sobre um atentado contra o presidente.

A MÁFIA DE CHICAGO E A DE MIAMI

Na noite do magnicídio, Robert Kennedy ligou para Julius Draznin em Chicago, um especialista em corrupção nos sindicatos para lhe perguntar sobre uma possível conexão da máfia em Dallas.

Também ligou para seu melhor investigador na Secretaria de Justiça, Walter Sheridan, que se encontrava em Nashville esperando o julgamento da antiga nêmesis de Robert, o dirigente dos caminhoneiros, Jimmy Hoffa.

Se Kennedy tinha algumas dúvidas sobre a participação da máfia no magnicídio, dois dias depois esclareceu-as, quando Jack Ruby disparou contra Oswald no porão da delegacia, onde estava preso o suposto assassino de seu irmão.

Sheridan fornececeu-lhe evidência de que Ruby foi pago em Chicago por um parceiro de Hoffa, Allen M. Dorfman, conselheiro-chefe do Teamsters pension fund dos caminhoneiros e enteado de Paul Dorfman, dirigente trabalhista e conexão principal com a máfia de Chicago. Dias depois, Draznin, homem de Kennedy no antigo feudo de Al Capone, deu mais evidências fornecendo um relatório sobre os vínculos de Ruby com a máfia. Quando lhe mostraram a lista dos telefonemas que Ruby fez nos dias do assassinato, disse a seu ajudante Frank Mankiewicz que a lista era “uma duplicata das pessoas que eu citava a comparecer no Comitê que investigava os mafiosos”.

Quanto à CIA, Robert sabia que o diretor, John McCone, não a controlava. “Richard Helms é o responsável” pela agência, comentou com outro ajudante, John Seigenthaler.

No mesmo dia 22, teve uma conversa reveladora com Enrique Ruiz Williams, um amigo, veterano da invasão à Baía dos Porcos, a quem deixou perplexo quando lhe disse: “Fê-lo um de teus colegas”.

“A CIA e os grupos cubanos inimigos de Castro tentavam ligar o mencionado assassino ao regime de Havana. Mas para Williams ficou claro que Robert Kennedy não comprava a versão”. Segundo evidências recentes — destaca Talbot — Robert tinha escutado o nome de Oswald muito antes de aparecer nas notícias internacionais e vinculava esse homem com a guerra subterrânea do governo norte-americano contra Cuba. Ao ser detido em Dallas, Kennedy “compreendeu aparentemente que a campanha clandestina contra Castro se tinha tornado um bumerangue contra seu irmão”.

Membros da família e amigos íntimos afirmam que no fim de semana do atentado, Robert, insone, estava cismando na morte de seu irmão. Nesse dia, disse que “John tinha sido vítima de um poderoso complô que se planejou à margem de uma das operações secretas anti-Castro”. Não havia nada a fazer a esse respeito, acrescentou. A justiça devia esperar até que pudesse retomar a Casa Branca.

No decurso dos anos, Kennedy fez brandos e rotineiros acrescentamentos ao relatório Warren e sua teoria do atirador único. Mas, em privado, continuou trabalhando para esclarecer a morte de seu irmão, preparando-se para reabrir o processo, se em certo momento obtinha a autorização para fazê-lo.

Depois que deixou o Departamento de Justiça em 1964 e foi eleito para o senado em Nova Iorque, Kennedy viajou ao México, onde procurou informação sobre a misteriosa viagem de Oswald, em setembro de 1963, dois meses antes do crime. Mankiewicz e ele chegaram à conclusão de que possivelmente foi um complô que também envolveu a máfia, os exilados cubanos e oficiais da CIA. Em março de 1968, durante sua campanha para candidato à presidência, se dirigiu a uma tumultuosa manifestação de estudantes em Nortridge, Califórnia, que lhe gritaram que queriam saber quem matou o presidente, que abrissem os arquivos.

Robert sabia que se falava nisso, o tema dominaria a campanha em lugar de outros assuntos importantes, como a guerra no Vietnã e a segregação racial no país. Mas ele sempre se dirigia aos estudantes com surpreendente sinceridade e deixou desapontado Mankiewicz, quando depois de alguma dúvida, respondeu: “Com certeza, ninguém tem mais interesse do que eu. Sim, eu vou reabrir o processo.”

A CIA DE NOVO

Talvez com isto tinha assinado sua pena de morte. Dois meses depois, também foi assassinado.

Recentemente, foi descoberto que o grupo de oficiais da CIA suspeito do assassinato do presidente estava presente, indepedentemente de suas funções, no hotel onde foi assassinado Robert, o candidato seguro a ganhar a presidência.

Quando lembramos que o oficial do caso do trabalho sujo contra Cuba foi durante muito tempo George Bush (pai), compreendemos melhor que Luis Posada Carriles, também suspeito do magnicídio, pode chantagear o filho. O terrorista e foragido da justiça confesso não só sabe do escândalo do tráfico de armas por drogas na América Central, mas também de outros crimes inconfessáveis da gangue do CIA-GATE.

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